sexta-feira, 8 de agosto de 2014


Quando é que as pessoas se conhecem? Porque é que se conhecem?

Ás vezes, olho para ele e pergunto-me porque é que o conheci. Claro que sei que é porque seria o meu amor, mas a pergunta é: Porque é que tive a sorte de, tal como canta musica, os astros se conjugarem?

Não o teria conhecido se não quisesse experimentar a lomografia? Se ele também não quisesse o mesmo? Se não tivesse duas amigas que alinharam nisso comigo? Se não tivesse decidido faltar ás aulas da pós-graduação? Ou os astros teriam encontrado um outro dia, outra maneira de lá chegar?

Se eu não tivesse começado o dia a reclamar com a máquina, teria ele reparado em mim? Se eu não me tivesse perdido pelas ruas do Porto (como se isso fosse possível…), teria ele percebido a minha ausência? Se ele não fosse tão tímido e caladinho, ter-me-ia eu sentado na mesa dele e falado como se não houvesse amanhã?

E porque me pediu ele o meu endereço de mail/facebook? Se não o tivesse feito, teríamos perdido o contacto e nunca mais nos veríamos?

Gosto de acreditar que não.

Gosto de acreditar que os astros se conjugaram e que sim. sempre teriam encontrado uma maneira.

Se assim não fosse, eu não encontraria o meu amor. Os meus filhos não encontrariam este Pai. Esta família não teria este lar e este meu coração não teria este abrigo que tem hoje e que o faz sentir-se em casa (a sua, não minha. Talvez a nossa, vá)

Olho para ele e noto-o cada vez mais nosso, cada vez mais em nós. No inicio eramos nós (eu e os pimpolhos) e ele. Agora, somos muitas vezes eu e eles (os quatro) e, a maioria das vezes, nós, os cinco.

Vao para o campismo, os quatro. Sem mim, que fico a trabalhar. Coisa de homens, dizem. E desde manhã que estão á espera, os mais pequenos, de ir. Como ano passado, como há dois anos atrás.

E de repente passaram 4 anos e quase não há memoria deles, os três, sem nós os cinco. E é como se sempre tivéssemos sido os cinco gomos desta laranja docinha (ás vezes amarga, mas poucoJ) que, por um momento, se desencontrou. E se, se tendo encontrado, faz parte duma arvore com ramos e raízes profundas, que não podem ser separados.

A extravasar de amor de nós!