Quando é que as pessoas se conhecem? Porque é que se
conhecem?
Ás vezes, olho para ele e pergunto-me porque é que o
conheci. Claro que sei que é porque seria o meu amor, mas a pergunta é: Porque
é que tive a sorte de, tal como canta musica, os astros se conjugarem?
Não o teria conhecido se não quisesse experimentar a
lomografia? Se ele também não quisesse o mesmo? Se não tivesse duas amigas que
alinharam nisso comigo? Se não tivesse decidido faltar ás aulas da
pós-graduação? Ou os astros teriam encontrado um outro dia, outra maneira de lá
chegar?
Se eu não tivesse começado o dia a reclamar com a máquina,
teria ele reparado em mim? Se eu não me tivesse perdido pelas ruas do Porto
(como se isso fosse possível…), teria ele percebido a minha ausência? Se ele
não fosse tão tímido e caladinho, ter-me-ia eu sentado na mesa dele e falado
como se não houvesse amanhã?
E porque me pediu ele o meu endereço de mail/facebook? Se
não o tivesse feito, teríamos perdido o contacto e nunca mais nos veríamos?
Gosto de acreditar que não.
Gosto de acreditar que os astros se conjugaram e que sim.
sempre teriam encontrado uma maneira.
Se assim não fosse, eu não encontraria o meu amor. Os meus
filhos não encontrariam este Pai. Esta família não teria este lar e este meu
coração não teria este abrigo que tem hoje e que o faz sentir-se em casa (a
sua, não minha. Talvez a nossa, vá)
Olho para ele e noto-o cada vez mais nosso, cada vez mais em
nós. No inicio eramos nós (eu e os pimpolhos) e ele. Agora, somos muitas vezes
eu e eles (os quatro) e, a maioria das vezes, nós, os cinco.
Vao para o campismo, os quatro. Sem mim, que fico a
trabalhar. Coisa de homens, dizem. E desde manhã que estão á espera, os mais
pequenos, de ir. Como ano passado, como há dois anos atrás.
E de repente passaram 4 anos e quase não há memoria deles, os
três, sem nós os cinco. E é como se sempre tivéssemos sido os cinco gomos desta
laranja docinha (ás vezes amarga, mas poucoJ)
que, por um momento, se desencontrou. E se, se tendo encontrado, faz parte duma
arvore com ramos e raízes profundas, que não podem ser separados.
A extravasar de amor de nós!