sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Natal em nossa casa foi, como sempre, um natal de amor.
A noite com menos pessoas, o dia com mais. A noite com os nossos amores pequeninos, o dia sem eles, a noite com presentes, o dia também:)
Foi uma noite de natal calma, só nós os cinco e as avós, com pai natal a aparecer no jardim, do outro lado da janela, com óculos 3D que não deram muito jeito na hora de se desviar das árvores:)
Os presentes que eles queriam, os presentes que eu queria - eles, as minhas pessoas favoritas - comigo.
o P., também como sempre, excedeu-se na escolha da minha prenda - bonecas de mim, em pano, com base em desenhos feitos por eles. A mamã em diferentes cenários, aos olhos de cada um dos meus pequeninos. com calma colocarei aqui uma foto.
No dia, acordamos juntos, rasgamos juntos o papel dos últimos presentes, tomamos juntos o pequeno almoço antes de irem, os três, para a casa da outra avó. São crianças muito amadas e queridas por todos e tudo corre bem quando assim é.
Mentiria se dissesse que não me custa... mas lembro-me do primeiro ano, em que chorei baba e ranho e me senti a mae mais miserável á face da terra e, em comparação,  consigo agora descentrar-me. E centrar-me no bom que é eles irem felizes e no bom que é recebermos em nossa casa a nossa família e amigos mais chegados, com o quentinho da lareira e filmes de natal.
No final da tarde fomos ao cinema, também em família, e quando me deitei - naturalmente cansada - ao lado do meu amor, abençoei o meu dia e a minha vida.
Adoro o natal. Tudo me encanta, desde a arvore, ás luzes, ao espirito, aos cozinhados, à lareira, ás caixas de musica... tudo me encanta e sou uma felizarda por viver com esta alegria este e tantos outros momentos.
O nosso - meu e dele - quarto natal juntos. O primeiro, dias depois de nos termos conhecido, em 2010. Um convite aparentemente inusitado mas que fez todo o sentido, para mim e para ele. Como se soubéssemos, desde então, que não havia tempo a perder de nós e que o natal só seria natal em nós.
E foi. Foi natal em nós então e agora. Continua a ser natal por ele, por eles, por nós, nesta nossa família que se ama.
E enquanto eles estiverem presente, será sempre natal!



quinta-feira, 19 de dezembro de 2013


Nunca é fácil sairmos de casa a horas com 3 crianças. Vamos inventando regras, descobrindo pistas, experimentando receitas, muitas tentativa e erros para melhorarmos o nosso acordar.

A ida para a escola é particularmente sensível, com 5 pessoas a terem de cumprir horários…

Hoje foi o P. a levá-los à escola. Já estavam cá em baixo, os 4, e eu a ouvi-lo dizer-lhes que tinham de se despachar, em particular o p., que acha sempre que tem tempo para tudo, menos para sair para a rua… Percebi que saiu de casa amuado, para o carro, com o ralhete e com alguma coisa que não tinha conseguido levar para a escola.

Nem cinco minutos depois, desci, e estavam os dois nas escadas, á procura, em conjunto, dos tais brinquedos que o p. queria levar e da mochila onde os mesmos podiam caber.

Despachei-os, que já eram mais que horas, com o coração cheio de ternura. Por ambos. E orgulho nele, o meu amor, que nenhum tempo teve para aprender a ser pai e que se esforça todos os dias por ser o pai que eles, os nossos filhos, merecem.

Deve ser por isso que, a caminho da festa da escola no sábado, me dizia o p:

Eu tenho três pais: O pai do céu, o pai e o P.

Porque o amor se retribui com amor.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

pre adolescente parte 2

Ontem, ao jantar,
p: mamã, a partir de hoje quero ser vegetariano!
eu: está bem, filho, quando fores tu a cozinhar, escolhes o que vais comer, combinado? Agora come a carne que está no prato...
p: não quero estas coisas vermelhas!
eu: o tomate? mas isso é um vegetal! Se queres ser vegetariano, tens de comer este e muitos outros vegetais!
p: hum... é melhor decidir isso mais tarde!

Pré-adolescente parte 1

m: mamã, hoje não quero levar este casaco!
eu: tens de levar, faz parte do uniforme!
m: mas porque é que é a escola a decidir o que eu posso vestir?

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Tres anos de amor, ontem.
Tres anos desde o primeiro beijo, quentinho, numa noite gelada de inverno, no dia 08 de Dezembro de 2010.
Três anos que são uma vida. Nova. Tres anos em que as musicas, dele e minhas, passaram a ser as nossas. E em que nós somos muito além de uma canção. perpetuada naquela caixinha de musica que me ofereceu á beira mar.
LY!


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Silencio, que se vai fazer ruido!


A diferença entre o domingo e a segunda feira foi abismal.

No domingo, ficamos os dois, toda a tarde, no silencio da lareira. Ele a trabalhar, eu a ler. Não ligamos, sequer a televisão. Ficamo-nos pelo crepitar do fogo e pelos sussurros.

Na segunda à noite, eles chegaram. Todos com milhentas historias para contar. Atropelaram-se, acotovelaram-se (literalmente), riram e cantaram. Saíram da mesa vezes sem conta para dançar, falaram alto (como sempre). Comemos castanhas assadas, brincamos, fomos para a cama exaustos, os cinco.

São estas nossas duas realidades que nos completam, que nos equilibram. Não somos um sem o outro, não somos, nenhum de nós, sem eles. Somos, enquanto casal e enquanto família. Nos silêncios e nos ruidos (muitos). Todos os dias,  os cinco, uma laranja de cinco gomos que é doce como um todo.

Amarga a doçura de os ver crescer


Quando foi que os meus filhos cresceram? Dou-lhes banho e estão tão crescidos! Olho as mãos com dedos compridos, os pés que calçam quase tanto como eu, ouço as vozes cada vez mais seguras de si, abraço os corpos cada vez mais largos, vejo as pernas cada vez com mais penugem, os olhos cada vez mais abertos ao mundo… Quando foi que eles cresceram?

Ontem o j. perguntou-me se eu sabia o que são dodots.  - Claro filho, é uma marca de toalhitas e fraldas…  - mas porque é que todos os meninos da minha sala sabiam e eu não?  - Oh… sei lá! Terá tido pouco tempo para ser bebé?

Vi no domingo um menino, talvez com 5 ou 6 anos, num carrinho, a ser empurrado pela mae. Os meus filhos mal devem ter recordação de um carrinho. O p. e o m. tiveram de começar a andar por si só logo quando o j. nasceu, porque era impossível andar com três carros e o j. é que era o bebé. Tinham dois anos apenas… e o j. deixou de andar também por volta dessa idade (ou até mais cedo) porque os irmãos eram ainda muito pequeninos e também queriam. A solução foi que todos andassem a pé… ainda hoje, é difícil dar-lhes colo porque são todos ainda pequenos e todos querem… o que não é fisicamente possível. Ter-lhes-ei dado pouco tempo de bebé?

Cresceram. Crescem todos os dias, em doçura e traquinice. Em inteligência e bom humor. Crescem todos os dias e eu já não me lembro deles tão pequenos a ponto de me caberem numa mão. Cabem, sempre, no espaço do meu peito, mas esse é deles, por direito. Dizia eu ao p. que eles (os 4) eram as minhas pessoas. As mais importantes da minha vida. Perguntava-me ele:  - Mas mais que tu, mamã? Somos mais importante para ti do que tu própria?  - Sim, meu amor. mais importantes que eu! - Oh… coitadinha… não pode ser mamã!  - Então também és a mais importante para mim! A crescerem, também, em generosidade.

Na cama, com o mais pequenino, com o meu rosto afundado no dele, a sentir, ainda, o narizito tão pequeno, as mãozinhas no meu pescoço. É o mais petiz. O benjamim de três que são, todos eles, afinal, benjamins. Daqui a dois anos, já do tamanho dos irmãos. Com penugem nas pernas, dedos compridos, pés do tamanho dos meus, voz mais segura, corpo mais largo, olhos mais curiosos.

Amarga esta alegria doce de os ver crescer!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

miminho bom!

E a meio do jantar, o p. chega-se ao meu ouvido:
Tu e o P. são os melhores pais do mundo!!!!!!

E se isto é mel para o meu coração, para o meu amor é o reconhecimento de que pai só tem mesmo a ver com amor!

Espelho meu, espelho meu...

Pergunta de ontem lá em casa ao jantar:
então quem é que é bonito cá em casa? A pergunta, do P., era tendenciosa e para me encantar, já se vê, esperando ele uma resposta do género: é a mamã:) Pois não saiu nada disso!
as respostas:
do m: sou eu, claro. Porquê? porque sou eu próprio!
do p: sou eu, claro. Porquê? porque tenho o cabelo meio comprido!
do j: sou eu, claro. Porquê? porque sou o mais estiloso!

E é oficial! Auto-estima é coisa que não lhes falta!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ontem fomos petiscar à baixa. Ficamos a conversar e saímos depois para passear. por ali, sempre de mao dada, como que para impedir o frio de entrar. Para o assustarmos, comemos um gelado, que partilhamos pelas ruas. Nas mesmas ruas em que nos conhecemos. Nas mesmas ruas em  que nos beijamos. Nas mesmas ruas em que nos pedimos em casamento. Nas mesmas ruas que que nos falam de amor.
E dizer-lhe (nos) amor, é isto. Não precisaremos de muito mais...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Hoje, a caminho da escola:
j: mamã, sabes porque é que o pai natal se chama pai natal?
eu: e tu sabes?
j: sei, é porque tem barbas!
m: és mesmo tótó! Se fosse por isso, chamava-se pai barbas e não pai natal!

é, tem lógica:)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O natal este ano chegou mais cedo.
A pedido expresso do mais pequeno lá de casa, sexta-feira à noite fomos buscar as milhentas caixas  cave, para dar as boas vindas ao Natal.
Uns a decorar a árvore, outros a colocar pilhas em bonecos, outros a procurar o menino de jesus dos presépios, ainda deu tempo para corrida de sacos, dentro dos sacos do pai natal.
A seguir, com a casa completamente desalinhada (e ainda muito pouco natalícia), sentamo-nos a ver o gnomeu e Julieta, enroscadinhos uns nos outros, no quentinho da lareira, com pipocas feitas na hora.
Fico, na memória, com o p. a pedir para pôr a estrela no cimo da arvore, com as corridas de sacos do m. e do j., e com a dança, minha e do meu amor, abraçadinhos, ao som de uma musica de natal.
E é nestes momentos que eu sei, de uma certeza segura, que Deus é meu amigo.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Como sobreviver aos trabalhos de casa?


A nossa vida era mais fácil antes de eles andarem na escola.

Quando eu chegava a casa, só tinha de os mimar, de brincar com eles e fazer o jantar a seguir.

Agora, temos de os mimar, de brincar (tudo em menos de cinco minutos) e orientar os trabalhos de casa antes do jantar (que passou a acontecer mais tarde, naturalmente).

Isto com a agravante de serem dois a trabalhar em paralelo, sempre a comentarem coisas um com o outro e a distraírem-se mutuamente e um outro aborrecido sem os irmãos para brincar, a tentar destabilizá-los.

É claro que era mais fácil se pedisse á minha mae para os acompanhar antes da nossa chegada a casa, mas não me parece que seja uma tarefa de avó. É uma tarefa nossa, minha e do P., que devemos apanhar com o bom e o menos bom. Este é, claramente, um dos momentos menos bons do nosso dia.

Porque eles já estão cansados, porque querem é fazer qualquer outra coisa divertida, porque nós não temos grande paciencia, porque perdemos imenso , porque nos deitamos mais tarde e porque nos desgastamos.

Depois, a velha questão: Será que os devemos de facto orientar, como fazemos, ou não?

Confesso que a nossa politica é orientá-los. Nunca lhes fazemos os trabalhos, nem lhes dizemos como se fazem, mas estamos por perto a ajudar a interpretar e a corrigir no final.

Aborrece-me que tenham trabalhos de casa todos os dias, mas percebo o objectivo. E na verdade, ainda que não percebesse, não adiantava grande coisa;)

Ano passado havia mais resistência da parte deles, sobretudo do p. primeiro ano escolar com trabalhos todos os dias, não foi fácil… este ano já estão resignados. Continuam a não gostar dos trabalhos, mas já não resmungam.

Não sei se somos muito exigentes com eles. Não sei se é certo dizer-lhes que um bom não é bom e que só um muito bom é aceitável. Têm 7 anos, bem sei, mas, achamos nós, precisam de perceber que sem esforço não e cresce (ou não se deve crescer)
Têm a vida tão facilitada, os nossos filhos…
Com uma vida bestial e acesso a tudo… não lhes fará mal perceber que não é só ter. Que o ser é o mais importante. Que o ser parte de nós e que, independentemente do muito que possam ter, têm a obrigação de se esforçarem para merecer o que a vida lhes dá. Até porque nada é certo e que o têm hoje podem não ter amanhã.
Precisam de crescer com a noção de que devemos dar tudo o que temos. Que estar aquém das nossas possibilidades não é uma opção. Que merece mais reconhecimento quem atinge menos mas dá tudo de si, do que quem atinge mais, mas sem esforço.

Quero que se orgulhem de si também enquanto processo e não apenas em resultado.

Por isso, um bom há-de continuar a ser pouco, enquanto perceber que são capazes de mais.
E havemos de ter menos tempo para brincar, havemos de jantar mais tarde, de tomar banho mais tarde e ir para a cama mais tarde. Havemos de ter amuos e resmunguices e chamadas de atenção. Mas havemos de sobreviverJ e de crescer na noção de esforço, de solidariedade e companheirismo familiar.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

esta noite o p. chamou por nós. Tenho um sono mais leve e fui eu respondi á chamada. Cheia de sono deitei-me na cama dele e sem falar, tentei voltar a adormecer. Já quase quase a dormir, senti-o colocar a mao e cima do meu corpo e dizer-me: mamã, sabes que és a melhor mae do mundo?

tão bom...

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Do p. ou da generosidade

Estávamos a ler o livro piadas para meninos e meninas. Uma delas dizia: era um bebé tão feio, tão feio, que a mãe, em vez de lhe dar o peito, dava-lhe as costas.
p: mamã, o que é que isto quer dizer?
Eu: quer dizer que o bebé era tao feio que a mama não consegui olhar para ele. Mas isto é só uma historia inventada, porque não há bebés feios… além do mais, todas as mães acham os seus filhos os mais lindos do mundo!  
Ele, a olhar para a ilustração que acompanhava a piada: por acaso este aqui é um bocadinho feio, não é?  
Eu: é um bocadinho…  
Ele: mas de certeza que quando for grande vai ser muito bonito!

Do m. ou do amor incondicional

- mamã tu vais morrer um dia?

- sim, filho, mas não te preocupes com isso que é só quando eu for muito, muito velinha!

- oh… então vou morrer contigo, para ficarmos sempre juntos!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Just a perfect day

São todos aqueles que passo com as minhas pessoas.

PS: Cada vez mais percebo o quao agarrada sou a essas pessoas, as minhas. Posso ser desligada de tudo o resto (que sou) mas nao delas E enquanto estiverem no meu ninho, todos os dias serão perfect days!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013


Ontem cheguei a casa e estava lá uma caixa. Tinha, lá dentro, as memórias da minha Avó de que a minha prima A. nao conseguiu libertar-se. Um xaile, uns chinelos, o crixifixo que estava em cima da cama dela, alguns exames, cartas, fotografias.
Entre estas memorias, o cheiro dela. Cheiro a trança impecavelmente arranjada num puxo, cheiro a uvas americanas, a pastelões de sardinhas e a morcela. A refresco de café e a laranjas no quintal. Cheiro à minha prima A., de quem tenho milhões de saudades, com uma fotografia daquele passeio a Fátima onde estamos as tres primas, de corações cheios de esperança. Cheiro à musica dela, aos posters na parede, aos seus rissois, ao seu pudim frances, ao riso, aos telefonemas sem motivo. E cheiro ao meu pai. à letra dele, às palavras em cartas mais que antigas, cheiro ao cabelo dourado e olhos de um verde que nao sei dizer. Cheiro a manhãs de domingo felizes, a almoços e jantares de familia, aos primeiros filmes no cinema, o Bambi, o Popey, ao águia de Douro e a croissants na esplanada do magestic.
Cheiro a mim menina, de cabelo amarelo e fato azul turquesa, feliz como sempre soube ser.

E são estes os cheiros que, muito embora me enchendo o coração de saudade feliz, lhe trazem, arrastam, em si, os buracos que nenhum outro cheiro consegue preencher

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A historia do Tarzan ou de como se constroi o amor

Quando fiquei sozinha com os miudos, tinha muito a preocupação de lhes explicar que nunca os ia deixar. Todos as noites lhes repetia, em jeito de mantra, que nunca os ia abandonar, que podiam sempre contar comigo, que os ia sempre proteger. Nunca quis com isto dizer-lhes que tinham sido abandonados pelo Pai (que não foram), mas apenas criar-lhes a segurança de um lar. De um porto seguro onde poderiam sempre repousar. Isso já mais que passou, e eles estão mais que seguros, mas continuo, volta a meia, a repetir que os vou sempre proteger, blá, blá, blá.
Ora foi pois com espanto, que ouvi o p. Estava a contar-lhe a historia do tarzan. Eles perdeu os pais e a mae gorila adotou-o.
Disse-lhe eu: e a mama gorila, que passou a ser a sua mae do coração, disse-lhe que o ia proteger para sempre.
Resposta dele: como o P…!

Olha a minha vida… então está ele nas nossas (e deles) vidas há pouco mais de dois anos e passou a ser ele a protege-los para sempre? Acabaram-se as historias do Tarzan

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Mais conversas de carro (desta vez assistida pelo homem da casa): p. para o j: Estás com saraiva na cara, j! Imaginamos que quisesse dizer sarampo, em referencia a umas manchinhas que o mais pequenito tinha na cara)

sobre as autarquicas

Conversas deles, no carro:
p: Está ali (num cartaz) o Luis Filipe Menezes, o que perdeu!
m: quem nao sabe isso, p!
j.: pois, perderam todos menos o Rui Moreira, nao foi mae?

E se alguém nao sabia ainda o resultado no Porto, foi este: perderam todos menos o RM. Só para que conste:)

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

m.: Mamã, está ali atrás uma clinica telefonica!!!!


(Ou isso uma cabine, mas a diferença não é, realmente, muito significativa;)

Ontem fomos à porto stock fair. Uma espécie de feira do livro sem ser de facto a feira do livro e sem livros recentes. Não deu, por isso, para comprar livros recentes (comprei um da Mary Higgins Clark com milhentos anos, mas que ainda não li) mas compramos muitos livros infantis! Estava lá uma escritora de livros infantis. E estavam apenas três crianças, as nossas. E isto só podia resultar numa mistura difícil… para mim! Ora a escritora, de seu nome Helena, precisava de meninos para ouvirem as suas histórias e para participarem na atividade de escrita criativa que tinha planeado. O j. ainda não lê, o m. estava entretido a escolher livros, sobrou o p., que, orgulhoso dos seus conhecimentos de inicio de 2º ano, se deliciou a ler, em voz alta, tudo quanto a helena lhe apresentou. E, não contente com isso, foi chamar a mãe, para vir participar na escrita criativa. Fizemos um texto inventado, cada um dos três (eu ele e a escritora), e depois completamos a história uns dos outros. A do p. começava com uma vaca muito desajeitada. E acabou com ela a dar um mergulho no rio (sugestão do m. que entretanto se juntou a nós). Um bocadinho constrangedor, só nós a participar, mas valeu a pena para ouvir o p. ler. Lê já tão bem! e é engraçado perceber como gosta de ler em voz alta, em participar das leituras, em responder a perguntas de interpretação. O m., ao contrário, mais metido nele, lê em silêncio, para si próprio e quando lhe peço para ler para mim, diz que não quer. Mas lê bem, ainda assim.

Bom vê-los crescer!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Amo-te todos os dias. Em dias de amuo, em dias de paixão, em dias de mau feitio e em dias de pura felicidade. Amo-te em dias em que vestes verde (que vai tão bem com os teus olhos) ou azul (que vai bem com a cor do céu), branco (que vai bem com as nuvens) e até castanho, como a cor do outono. Mas amo-te, sobretudo, nos dias em que vestes o meu abraço e em que te vejo da cor da minha pele, entranhado no meu coração.

É por isso que te amo todos os dias, sabes? Porque todos os dias tens vestido, em ti, a cor de mim.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Era uma vez uma homem e uma mulher (acho que com a minha idade já posso bem dizer um homem e uma mulher...). Foram fazer um workshop de fotografia (de umas horas) e passados 18 meses, mais coisa menos coisa, casaram. Faz hoje um ano e tres meses que são, legalmente, marido e mulher (isto porque me quer parecer que já muito antes disso eram marido e mulher de coração). Ora, vai daí, já tinham tres filhos (ela já os tinha, ele passou a tê-los) e, são agora (desde o tal dia de inverno de fotografia), felizes.

Por isso, meu amor, Parabéns! A vida foi tão generosa, ao permitir o nosso encontro... só temos mesmo é de agradecer...

intermitencias da morte

Eu e o p. na cama. Ele – mamã, a vovó (minha avó que morreu na passada sexta-feira) morreu de boca aberta? Eu , desconcertada com a pergunta: não sei, p., acho que não… porquê? Ele – é que se morreu de boca aberta vai-lhe terra para a boca! Eu – ah, isso… não filho, não te preocupes porque o corpo da vovó ficou dentro de uma caixinha, antes de ir para a terra Ele: uma caixinha tipo a dos vampiros?????

Nota: A minha avó morreu. Gosto de a recordar há uns anos atrás, alegre, bem disposta, sempre a cantar fados e a inventar poemas. Morreu semana passada, triste e cansada. Prefiro imaginá-la no céu a contar anedotas e a encantar os anjos com as suas canções:)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

M., durante as férias, as fazer miminhos a um cãozinho. A dona, perguntou: - e tu? Também tens um cãozinho? Ele: - não… - então, tens um gatinho? Ele: - não… - E um periquito? Ele: - também não.. - Mas não tens nenhum animalzinho de estimão? - Sim! tenho três garnisés E é isto! Em pleno centro do Porto, temos 3 garnisés, no jardim, bem acomodadas na casinha chicco que foi transformada em capoeira. (entretanto chegou mais um coelho anão e temporariamente uma gata, mas isso é outra história)

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Porque metade de mim é mulher... e a outra metade também

Outro dia fui confrontada com a questão das metades. Ou não metades. Se serei mais mae ou mulher. Que seria mais mae? É possivel que, para terceiros, eu possa parecer, de facto mais mae. Admito que o facto de ser, inequivocamente, mae de três crianças que, por uma questão matemática, são o triplo de mim, pode dar ideia de que sou mae, mae e mae E sou. Sou mãe de 3 crianças que são a minha responsabilidade e que, em ultima análise, devo educar, proteger, amar e ajudar a crescer. Mas só sou mãe porque sou mulher. E ser mãe nunca me anulou enquanto ser humano multi dimensional que sou. Sou, afinal, mae, profissional, filha, irmã, neta, amiga. Mas sou, em primeira análise, Mulher. A mulher que trabalha, que dança, que canta, que cozinha, que namora, que lê, que vê filmes, que mima, que grita, que faz birra, que chora, que ri, que vai (quando tem tempo) a concertos, a cinemas, a restaurantes, que gosta de ir ás compras, de ir ao cabeleireiro, de viajar, de passar férias, de arranjar as unhas (quando se lembra), de dormir, de ficar sossegada no sofá a vegetar e a consumir compulsivamente séries, de jardinar, de apanhar morangos e peras das arvores, de tomar banhos quentes de espuma, de beber caipirinhas em noites de verão, de jantar com amigas, de partilhar patetices de gajas e de rir muito com isso e que, numa das suas dimensões é, por acaso, mãe. Se isso me define? Não. Não é a qualidade de mãe que me define. É uma qualidade que me complementa. Tê-los, sabê-los, senti-los, faz parte de mim. É uma parte da mulher que sou. Não é a parte mais importante, assim como os olhos não são mais importantes que a boca, ou os pulmões mais importantes que o coração. É um todo que eu sou. Agora que sou mae, não podia deixar de ser porque estes filhos (os meus, não outros) se colaram à minha pele e passaram a ser eu. Torna-se, é verdade, muitas vezes, mais importante, educa-los, protegê-los, fazer deles pessoas boas. Porque, depois de serem meus filhos, tenho de exercitar, neles, o meu amor de mãe. Mas isso é um estar, um fazer. Não um ser. Não são as funções que me definem. É o ser, cá dentro. E, nesse cá dentro, sou um misto de tudo. De tudo o que gosto, de quem gosto, de quem gosta de mim. Do meu passado, do meu presente, da antevisão do meu futuro. Sou uma totalidade de mins, em diferentes cenários e circunstancias. E sou mae de filhos colados ao seu coração. Porque metade de mim é mulher. E a outra metade também!

Momentos de luz ás escuras

Segunda-feira à noite ficamos momentaneamente sem luz. Eu estava na parte de baixo com o m. e o p. e o j. estavam na parte cima, a brincar. O j. começou imediatamente a chorar, com medo e eu ouvi o p. dizer-lhe: dá-me a mao j. não te preocupes que eu ajudo-te a levar-te para a mamã… Depois, já cá em baixo e com luz, contava: eu ainda tenho as perninha a tremer, mas dei a mao ao j., para ele não ter medo!!!! E o m., a por-lhe as mãos nas pernas, para confirmar o medo dele e admirar a sua coragem. E é nestas alturas que eu percebo que mesmo que andem, quase todos os dias, a esfolar-se vivos e a dar-nos cabo da paciência com lutas de irmãos, vão ser sempre os melhores amigos e vão poder sempre contar uns com os outros. Foi esse o meu momento de luz.

A verdadeira familia moderna

Fomos de férias 7: eu, o meu amor (que foi lá ter dois dias depois), os nossos pequeninos, a minha mae e a mae do meu amor. A caminho, dissertava o p: temos mesmo uma família grande, mamã: nós os cinco (o núcleo dele), mais o pai, mais a vovó n. (minha mae), a avó F. e o avó F (pais do pai), a Avó A., (mae do P.), a mana I. (filha do Pai) e o D., que é nosso irmão emprestado (filho da namorada do pai). E as primas C. e B. (filhas do irmão do pai) e o A. (filho da irmã do P.)! Podia ser um cenário complicado, mas não é. Porque não são as crianças que complicam. Elas, na verdade, replicam o que ouvem/sentem em casa. Se nós, adultos, seus modelos, entendermos as coisas com simplicidade, elas sentem a vida como simples que é. Importante para nós, adultos, é que eles, as nossas crianças, sejam felizes. Os nossos amores e desamores, as nossas dores e paranoias, não têm de ser – nem são - as deles. Com generosidade e bom senso de todas as partes, a vida (deles e nossa) pode ser bem mais simples. E, a final, bem mais cheia, com afectos de vários quadrantes, com emoções de várias cores e sabores. São miudos, os nossos, de sorte. Por terem tantos abraços para os não deixar cair. Por terem tantos tios e primos, tantos amigos, tantas pessoas boas que lhes querem bem e que lhes transmitem tantos olhares diferentes. Estão, desde agora, em contacto com a diversidade. Diversidade boa, que os preenche e anima. Conhecem, desde cedo, diferentes realidades, diferentes raças, diferentes casas, diferentes estilos de vida, diferentes carinhos. Não sei se é melhor do que uma família tradicional. Não acho que possa ir tão longe, naturalmente. Mas, não sendo melhor, também não acho que seja pior. Em sendo diferente, ficamos só com as coisas boas. Descomplicamos. E fazemos os nossos meninos felizes.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

No IPO, nada de especial. Tirei sangue e terei de ficar á espra para ver se sou, ou não, “elegível” para o estudo genético. Entretanto, memórias, claro. Lembro-me de pouco da doença do meu pai. Tenho uma capacidade infinita para esquecer coisas de que não gosto, e, independentemente dos processos pseudo-psicologicos de bloqueio que possam aqui estar em causa, a verdade é que isso me dá imensamente jeito. Lembro-me de pequenos episódios. Como o dia em que, sentados no sofá da sala, ele me explicou, com lágrimas nos olhos, que tinha cancro. Lembro-me de o ter ouvido, de o ter abraçado e de nos termos dito que isto ia passar (na altura não tinha, de facto, consciência do poder maléfico da doença). Lembro-me do jantar do dia do pai durante o qual eu e a minha irmã lhe demos um diploma do melhor pai do mundo e de ele ter começado a chorar como um bébé (só depois percebi que ele intuiu que aquele seria o seu ultimo dia do pai). Lembro-me de o ter obrigado a calcorrear as ruas da baixa à procura de umas calças de ganga e de mais tarde ter percebido que fui uma imbecil, que as calças não eram importantes e que aquilo o deve ter cansado de morte). Lembro-me dos lanches na Chicana (acho que é assim o nome, na Rua do heroismo) e da dificuldade que ele já tinha em comer um prego no pao. Lembro-me do dia – noite – em que finalmente entendi que ele ia morrer e das horas que chorei deitada na minha cama, a pensar em tudo quanto ele ia perder de mim e como isso o magoaria, muito mais que a própria morte. Lembro-me de fragmentos do funeral, sobretudo de cheiros e de ruidos. E lembro-me de o acompanhar ao IPO e de bebermos lá, juntos, café com leite e biscoitos, oferecidos pelas voluntárias. Isto para chegar a ontem e ao café com leite e biscoitos. Pedi ao P., que me acompanhou, que me fosse buscar os ditos, tendo-lhe dito: Traz-me também os biscoitos que são optimos! Bem… se calhar, objectivamente, não são biscoitos optimos. Mas eram há 20 anos e foram ontem. Porque são os biscoitos que têm o sabor do meu pai. Bem sei que num local triste e num momento triste, mas têm o sabor dele e dos nossos momentos a dois, ainda que naquele contexto. Têm o sabor das nossas idas e vindas de autocarro, do tempo passado por ele, ali, a ler o jornal, e eu a estudar. Têm o sabor do tempo em que ele ainda existia e é por isso que os biscoitos do IPO, aqueles biscoitos, continuam a ser, para mim, os nossos biscoitos. Meus e do meu pai!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Os meus avós paterno e materno, que não cheguei a conhecer, morreram com cancro antes dos 40 anos. O meu Pai morreu com cancro aos 40 anos. A minha querida prima A., sobrinha direta do meu Pai, morreu ano passado, com 41 anos, com cancro. Em todos os casos, cancro do mesmo tipo. Nao sou uma rapariga dada a muitas questões existenciais, mas até eu sou capaz de perceber que há aqui um padrão qualquer que não pode ser só coincidência… Ora, eu tenho 39 anos. E, não tendo ainda (felizmente) morrido, é coisa para me deixar um bocadinho preocupada. Amanhã vou ao IPO. Fazer um exame que não sei qual é mas que é uma espécie de estudo genético. Dir-me-á, no fim de contas, qual a probabilidade de morrer de cancro, deste tipo de cancro, bem se vê. A minha amiga G., muito ajuizada, diz-me que estou a abrir uma caixinha de pandora, sem utilidade alguma. Afinal, se for uma coisa genética, nada há que possa fazer para evitar… e que farei eu com essa informação? Saberei eu viver com uma espada sobre a cabeça? Não tenho pensado muito nisso, confesso. Mas a verdade é que desde domingo que não durmo bem. Não sei se é por isso, pode ser uma coincidência, mas no CSI dizem que não há coincidências e no CSI é que sabem! Amanhã vou ao IPO. Que já conheço de outras dores. De outros momentos em que nao acreditei. Não sei bem o que de lá espero. Não tenho cancro, seguramente, se não saberia. Posso é ter uma grande probabilidade de o desenvolver. De que me serve essa informação? Não sei bem… servir-me-á, se for o caso, para estar mais atenta, fazer exames com maior regularidade, para atacar a doença logo no inicio. Servir-me-á para escrever cartas, servir-me-á para preparar, com mais urgência, assuntos que têm de ser resolvidos, servir-me-á para continuar a agradecer, todos os dias, a maravilha que é estar viva. Medo tenho de os deixar. De não acompanhar o seu crescimento. De não ser capaz de os proteger, de os amar infinitamente até já não precisarem. Medo tenho de os deixar desamparados, de deixar, neles, o sentimento de perda que nunca os abandonará (sim, sei bem o que isso é), de não lhes permitir, com a minha ausência, serem cabalmente felizes, como lhes quero. Ontem, em brincadeira de guerras a brincar, dizia o j. para o m. – Não podes matar o p. a sério, senão ficamos sem mamã! - m. – é um brincadeira, j! j . – sabes que se a mama perder um de nós, fica em pedra, e eu não quero ficar sem mamã! E pronto, é isto: ele (e eles) não querem ficar sem mamã. E eu, mais do que não querer ficar sem eles (que não quero), não quero que fiquem sem mim…
Fazes-me acreditar em Deus todos os dias!
Ele encanta-me por diversos motivos. Muitos e vários, nao fosse ele o meu amor. Mas um dos que mais me encanta, como nao podia deixar de ser, é o amor infinito e imaculado que sente pelos nossos principes. Ontem escreveu-me que é viciado neles. Que nao consegue viver sem eles. E eu sei que é verdade. Sei-o todos os dias em milhentos pormenores. E soube-o mais uma vez ontem à noite quando, depois de um dia de trabalho (de escritorio e de tese), já depois do jantar, ainda arranjou tempo e vontade para ir com eles, de bicicleta e patins, até à casa da Musica. E soube-o uma vez mais hoje de manha, quando acordou mais cedo para os levar ao surf. O amor de Pai nao se escolhe. Nasce sem laços de sangue associados. Frutifica no dia a dia, nas aventuras, nas rotinas, nos ensinamentos, nas corridas, nos aconchegos. Cresce nos olhares cumplices, nos segredos, nos castigos, nos pedidos de desculpa, nos almoços e jantares, nas brincadeiras, nas historias, nas palavras, nos beijos. E este é, por isso, um amor de Pai. E, o deles, um amor de filhos. Que se faz de alma, todos os dias.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ontem os nossos pequenos principes chegaram de uma semana de férias com os avós. Estavamos - eles e nós - cheios de saudades que matamos em doses industriais de beijos e abraços histéricos. ainda mais bonitos do que me lembrava, mais feliz eu quando os tenho debaixo dos meus braços. O p., depois do entusiamo inicial, começou a ficar inquieto. irritado com tudo e, a proposito de coisa nenhuma, desatou a chorar e a queixar-se de que tudo lhe corria mal. Foi a correr para o jardim, esconder-se na cama de rede, como se a vida dele, de facto, aos sete anos, pudesse correr-lhe mal... - p., posso deitar-me aqui ao teu lado, para conversarmos? - preciso de estar sozinho, mamã! (primeira novidade... mau! aos sete anos????) - está bem, filho, respeito a tua necessidade de estares sozinho (esta fui eu armada em mae do Ruca). Daqui a cinco minutos podemos conversar? - está bem... E assim foi. Chorou, berrou, bateu na rede, e eu voltei. Pelos vistos, tinha-se aborrecido com a prima e com os irmãos nas férias. O que nao é, naturalmente, grave. Mas imagino que se tenha sentido indefeso (estava lá a mae da prima, nao a mae dele) e precisava de desabafar em casa. Com miminho e uma noite de sono, as coisas acalmaram. á noite, contei por alto à minha mae e ela perguntou-lhe o que se tinha passado. Segunda novidade: - nao me apetece falar sobre isso, vovó...) OMG! terei já um pré-adolescente em casa? Meditação! urgente! Mae precisa!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

o que podia ser o inicio

Tenho andado à procura do meu tom, neste blogue. No anterior estava já bem definido mas neste,confesso que tenho andado a tentar encontrar-me. Porque eu nao sou a mesma e nós nao somos os mesmos. Aqueles pés, que aparecem ali em cima, são os pés deles. Cresceram, desde então. O m. e o p. têm sete anos, o j. cinco. Continuam lindos e felizes, cada vez mais lindos e felizes e eu, cada vez mais apaixonada por eles. Aquela, ali ao lado, sou eu. mais crescida também, quase quase a fazer 40 anos. Mais linda e feliz também:) Tenho, para além de uma barriga cheia de felicidade, o corpo coberto de pedaços felizes. A eles, aos meus pequenos principes, veio juntar-se o meu principe maior. conhecemo-nos, amamo-nos, casamos. Assim, sem grandes complicações. E começamos, do nada, uma familia de cinco. Somos, hoje, uma laranja com cinco gomos. E só podia ser assim. Ele, o meu amor, é isso mesmo: o meu, o nosso, amor. A luz que, todos os dias, deixa o meu coração quentinho, no aconchego dos braços dele.É o meu ninho. meu e deles, os meus bebés, que o adoram. São, os quatro, tantas vezes (quase sempre) crianças. E, o que mais me enche a alma, são eles. saber que se amam, saber que me amam, saber que os amo. O amor nao escolhe idades, nem tempo, nem altura para acontecer. escolhe almas e laços que se estreitam. Nós, estreitamos os nossos todos os dias, na caminhada diária de uma familia de cinco. Que nao é fácil, pois então! São muitas vontades, muitas personalidades, muitas birras de crescimento, muitos banhos, refeições, trabalhos de casa e actividades. Mas são, também, muitos braços, muitos mimos, muitos risos, muito a certeza de que estamos, juntos, onde deveriamos estar. o meu tom, hoje, é este: o de uma mulher adulta que é, também, mae de tres rapazinhos e mulher de um rapagão:) Apaixonada - sempre - pelo ser, pelo estar, pela vida.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Os miúdos foram passar uns dias a casa dos avós, na aldeia. Falei com eles ontem e estão para lá de felizes, entre piscina, futebol, ténis, animais e pés na terra, e o P. está a terminar a tese para apresentar em final de Setembro, pelo que isto me deixa a mim, assim que mais ou menos sozinha. Eu sei que o ruido de todos os dias é, muitas vezes, insuportável. E sei que tantas vezes lhes digo para me darem uns minutos de silencio. Só eu comigo, por um bocadinho, nada de muito complicado. Mas agora, que tenho não sei quantos minutos de silencio, pergunto-me sobre o que raio devo fazer com eles. É que tanto silencio, tanto tempo para fazer nada, tanta inércia junta, é muito mais insuportável. E, por isso, o que tinha definido, para mim mesma, fazer esta semana, ainda não fiz nada. do género, ir ao cinema, ir ás compras, ir tomar café com amigos, organizar os trabalhos dos miudos dos anos anteriores, organizar as facturas no escritório, emoldurar umas fotos para o corredor, comprar os bancos para a mesa da cozinha, ir comer um gelado á praia, sair cedo e ir a uma esplanada beber chá… NADA! NADA FEITO. Limito-me a vegetar em frente da televisão, a devorar “sexo e a cidade” (by the way: como é que eu pude andar anos sem ligar á série?????) e “uma família muito moderna”, e nem sequer chego a pegar nos livros que tinha para ler (o ultimo acabou durante o fim de semana e desde então ainda não abri mais nenhum) E pronto, é isto. Silencio a mais enjoa...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Já há muito muito tempo que tenho a desconfiança de que os meus filhos são poetas... é certo que imagino que o sejam todas as crianças da idades deles, mas como nao conheço mais nenhumas com estas palavras, dou-me o direito de acreditar que estas, as minhas, é que têm estas sensibilidade tão especial que as faz ser, no minimo, geniais:) Senao, porque me teria dito, um destes dias, ao atravessarmos a ponte da arrábida, o M.: - mamã, este é que rio? - é o rio douro - o mesmo rio que passa pela quinta dos avós? - exactamente o mesmo rio - Mas o rio que lá passa é mesmo de ouro mamã, muito mais brilhante que este aqui! (É que para além de ser de poeta é uma pergunta genial: porque raio é que o rio Douro é mais brilhante nos vales vinhateiros que por baixo da ponte da arrábida?) - deve ser por causa dos reflexos do sol e das sombras dos vales, meu amor...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

E só pode estar tudo bem, quando um dos nossos filhos, do nada, nos diz: " eu ia até ao fim do mundo para te proteger a ti e ao P.!" Ah, que o coração de mae (e de P.) é tão facilmente comprável!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A casa da minha avó cabia, bem medida, no espaço do meu quarto. Era uma casa numa ilha - aqueles conjuntos habitacionais de muitas casas, em corredor, bem pequenas e humildes que ainda existem algures pelo Porto – com casa de banho cá fora, com descargas a baldes de água. A cozinha tinha um fogão, um pequeno armário e um lava-loiça que mais não era que uma bacia em cima de um mini balcão de pedra com uma torneira em cima. Não havia àgua quente e tomava-se banho numa bacia grande, na sala (no quarto só cabia a cama e um guarda-fatos), com água aquecida no fogão a gás. Tudo o que lá era dito era ouvido na casa do lado direito, na casa do lado esquerdo e, com um bocadinho de sorte (ou não, dependendo da conversa), nas casas que ficavam por trás. E, também por isso, volta e meia tínhamos lá uma vizinha fugida do marido, cujo divertimento, quando bebia demais, era espancar a Mulher. E era, se querem saber, um verdadeiro paraíso! Dei por mim a pensar nisso este fim de semana. A casa da minha avó era um paraíso! Tinha vizinhos a toda a volta que me conheciam, a mim, aos meus pais e à minha avó, desde sempre, e eu podia entrar e sair da casa deles sem ninguém me acusar de ser atrevida ou mal educada. Podia ir à mercearia buscar bolachas e dizer para “pôr na conta” da avó; Podia ir deitar o lixo aos contentores do fim da rua, sem me preocupar com raptos, atropelamentos, más companhias ou afins. E no S. João, havia uma fogueira partilhada por todos os vizinhos! A casa era pequena, mas tinha uma soleira grande, onde nos sentávamos nas noites quentes a beber refresco de café e a comer gelados de sumo de groselha feitos no congelador. E um quintal enorme (aos meus olhos, pelo menos), com uma laranjeira, um limoeiro e um diospireiro de onde vinham (do lado de lá do muro) aviões de papel de admiradores anónimos muito pouco secretos. Não havia chuveiro, mas tínhamos uma mangueira enorme para banhos conjuntos, em dias quentes de verão. E tínhamos uma ramada cujas uvas apanhávamos para fazermos a vindima em tardes de passeio pelos telhados das casas vizinhas (e ver tudo, lá do alto, era uma experiencia pela qual, todos os anos, esperava ansiosamente) Tinhamos, como se pode ver, tudo. E, mais que este tudo, era lá que estavam as minhas primas. E bem se sabe que quem não tem irmãos e tem primos para brincar nas férias de verão tem mesmo tudo! Nada de acantonamentos, campos de férias ou actividades programadas. Eramos nós e os dias. E os dias e nós. Brincavamos por prazer, sem planos, sem objectivos. Inventávamos historias, dávamos comida aos gatos, brincávamos com os caes e com as galinhas, fazíamos toalhas de papel recortado, passeávamos pela rua, e víamos o “agora escolha” (que a hora dos desenhos animados era mesmo uma hora - se corresse bem - e não canais exclusivamente dedicados a nós, que ninguém tinha ainda percebido que podíamos ser assim tao importantes!) E à noite, quando por sorte dormíamos todas juntas na cama com a avó (coisa rara, que os meus pais gostavam mesmo de me levar para casa), havia sempre o sacramental destino: Quem dorme no meio, tem um sapo no seio. Quem dorme no lado, tem um rebuçado! (Dúvidas de que era mesmo um paraíso?) Saudades A.!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Isto de ser mae é uma incoerencia todos os dias (e noites): Ontem, saí cedo do escritorio para irmos, todos, à feira medieval de Santa Maria da Feira. É uma especie de tradição que gosto de manter, assim como várias outras. Penso sempre que, quando forem mais velhos, os miudos hão-de lembrar-se da sua infancia também pelos cheiros, pelos lugares e pelas rotinas. Gosto de pensar que um dia, quando já cá nao estiver, eles dirão aos seus filhos que iam todos os anos a uma determinada festa, comigo. Que se lembram das cores, do barulho, da comida, das brincadeiras (de mim, afinal). Vai daí, fomos sete num carro (nós, eles, e as duas avós), num final de tarde ainda muito, muito quente, numa quinta-feira porque, na minha esperteza vã, achava que nao estaria muita gente... pois sim! fila para entrar em santa maria da feira, assim uns 45 minutos, mais coisa menos coisa; fila para procurar estacionamento, mais uns trinta minutos (e mais uns quantos passados só pelo P., que foi sozinho procurar lugar enquanto eu amansava as feras já muito irrequietas) e, para surpresa das surpresas, fila para jantar! Em tres tascinhas seguidas! (é a tal crise, como se sabe...). Valeu-nos ao menos a comida boa e pronta a servir e a nossa vontade férrea de cumprir a tradição, um ano mais! Ah, e a incoerencia, essa, pois: hoje, para nao variar muito, mais uma festa, daquelas de aldeia (ou vila, sei lá bem) muito popular. Mais filas, mais confusões, mais barulho, mais luzes, carrosseis, mais babas e mais ranhos! E viva a maternidade (que amanhã será dia de praia com filas iguais, barulhos iguais, birras iguais, mas com mar á vista, que a paisagem faz toda a diferença:))

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Hoje é, mais uma vez, dia de nosso aniversário. Bem sei que 2 anos e 8 meses desde que começamos a namorar nao é assim lá muita coisa, mas gosto de lembrar o dia 08 como o nosso dia. Mais até que o dia do casamento, que mais nao foi do que uma reunião de amigos. Porque aquele dia 08 de Dezembro foi o dia do primeiro beijo, o dia das primeiras promessas de amor, o dia em que percebemos que até podia ser possivel que esta historia fosse a nossa história de amor. Hoje é, por isso, e também, o dia do teu sorriso... "Creio que foi o sorriso, o sorriso foi quem abriu a porta. Era um sorriso com muita luz lá dentro, apetecia entrar nele, tirar a roupa, ficar nu dentro daquele sorriso. Correr, navegar, morrer naquele sorriso." (E. Andrade)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Sei que às vezes lhes é difícil dividirem-se. São felizes com todas as pessoas que os rodeiam e, no seu coraçãozinho puro, o ideal era mesmo estarmos todos juntos. Não sendo isso possivel, lá vão gerindo, com facilidade e alegria, a circunstancia de serem filhos de pais separados. O mais pequenino é o que fica mais dividido: entre as imensas possibilidades de brincadeira com os irmãos e o colinho da mae e do P. Foi isso que Aconteceu no sábado passado. Entre o ir e o ficar, decidiu (mas não sem algum conflito interior) ficar no nosso aconchego. E nós agradecemos os mais dois dias que ele preencheu com ternura e fizemos, destes dias, mais momentos doces de amor.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Fomos de ferias os dois. A dois. em férias com sabor a mar. foram dias de sol, de brilho, de descoberta (para mim) de sitios que nao conhecia. de recantos e historias que, agora, passaram a ser nossos. foram dias de regresso, a nós enquanto amantes que só se têm um ao outro, que só respiram um no outro. Dias de férias dos outros, de comunhão de pele e de almas. E, do tanto que de lá trouxe, fico com a memória de nós num skate, eu bem agachadinha e ele a empurrar-nos, livres, soltos, felizes e apaixonados. Que só vale a pena viver assim!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O meu amor fez anos. E, nesse dia, como em outros, muito a dizer-lhe, muito mais a sussurrar-lhe. Que traz musica à minha vida, que traz sol com ele, nos olhos dele. Que me aquece o coração com a aura quente que tem, que me acalma, que me arrebata, que me apaixona. Parabéns Amor! Feliz por estares e seres a minha vida!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

OS dias em que me separo deles, dos meus filhos, são sempre dias de saudades. Já lhes sinto a falta mesmo antes de irem, já lhes sinto o sabor a casa, mesmo antes de regressarem. Sempre que voltam, fico com o sentimento de casa cheia. Estou bem quando eles estão comigo. Os dias em que me separo deles, dos meus filhos, para irem de férias, são sempre dias de dor. Sei que é inevitável, sei que é bom para eles e que se vao divertir, mas nao deixa de me doer. Não me habituo à saudade de tantos dias seguidos...de tantas horas a pensar neles, sem eles. Hoje, como sempre, dia de dor. de uma saudade inimagimável. O p. e o m., já crescidos, já conscientes das suas rotinas e ansiosos por diversão, mais suportável, ainda assim. o j, o meu bébé, dificil de dizer. Acompanhou-me à porta, com muitos beijinhos e abraços. Depois da porta, levou-me ao carro, entrou, inventou que precisava de qualquer coisa lá de dentro, voltou a sair. Voltou a dar-me beijinhos, foi para a porta, saiu, veio de novo ao carro com mais beijinhos. Dificil para mim e para ele. Sei bem que vai ser bom, que se vai divertir, mas é o meu bebé... custa-me deixá-lo. Queria ficar sempre naquele abraço. nos olhos meigos e ternurentos que me disseram, acompanhados de voz, à frente da porta ainda aberta: - és o meu amor! enche-me o coração de alegria e disse-lho. Disse-lhe que enche o meu coração de alegria. E, nao sabe ele, o quao abençoada me sinto por Deus me ter presenteado com um bebé nao planeado. Nao sabe ele o quando infinitamente o amo, o quero, o tenho dentro de mim. Hoje, um dia de sabor a casa, do sabor a mel que hão-de trazer neles quando voltarem para os meus braços.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Um ano de luz

E, de repente, passou já um ano desde que casamos. Estavamos em viagem, do Algarve para o Porto, em familia e almoçamos na Macdonalds;). Foi, ainda assim, um dia de sol. Porque estavamos com as pessoas de quem mais gostamos, estavamos juntos e felizes. Gosto do meu amor. Gosto do sorriso aberto, da alma de artista, da criatividade, dos sonhos. Gosto que goste assim tanto de mim e dos nossos meninos, que nos queira fazer feliz. Gosto do rosto iluminado, da musica que há nele e em nós. Gosto que seja cheio de luz. E, a final, nada mais importa. Tivemos, uns dias a seguir o nosso pequeno-almoço e jantar romantico, a dois, tivemos tarde de jardim e de praia, mas o que mais importa,é mais ou menos isto: I've seen the world Done it all, had my cake now Diamonds, brilliant, and Bel-Air now Hot summer nights mid July When you and I were forever wild The crazy days, the city lights The way you'd play with me like a child Will you still love me when I'm no longer young and beautiful Will you still love me when I got nothing but my aching soul I know you will, I know you will I know that you will Will you still love me when I'm no longer beautiful I've seen the world, lit it up as my stage now Channeling angels in, the new age now Hot summer days, rock and roll The way you'd play for me at your show And all the ways I got to know Your pretty face and electric soul Will you still love me when I'm no longer young and beautiful Will you still love me when I got nothing but my aching soul I know you will, I know you will I know that you will Will you still love me when I'm no longer beautiful Dear lord when I get to heaven Please let me bring my man When he comes tell me that you'll let him Father tell me if you can Oh that grace, oh that body Oh that face makes me wanna party He's my sun, he makes me shine like diamonds Will you still love me when I'm no longer young and beautiful Will you still love me when I got nothing but my aching soul I know you will, I know you will I know that you will Will you still love me when I'm no longer beautiful Will you still love me when I'm no longer beautiful Will you still love me when I'm not young and beautiful

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mm destes dias à noite fomos sair, eu e o meu amor. Iamos dançar (o que nao foi possível porque parece que nao se dança antes das duas da manhã) e arranjei-me a rigor. De preto, cabelo arranjado, maquilhagem mais pronunciada. Comentário do p: Estás tão bonita, mamã!

(acho que tenho de sair mais vezes;))
O p. e o j. começaram agora sessões de terapia da fala. no final da sessão, o m., muito choroso: - oh, mamã, porque é que eu nao posso ter estas aulas? são tão fixes! - (eu): tu nao precisas, têm de ser só os manos... (ele) - então posso ir como assistente?

É que estes miudos, para além de gostarem de tomar medicamentos, adoram consultas, sejam lá quais forem...
 já disse que são os unicos meninos que conheço que adormecem na cadeira do dentista, durante os tratamentos?

terça-feira, 4 de junho de 2013

Têm sido dias de luz.
Passamos o domingo na praia - da Luz, bem a propósito, de mão dada, a namorar.
E de cada vez que nos sinto assim, penso no quão a vida é cheia de surpresas – para o bem e para o mal – e que, na verdade, é ela que põe e dispõe. Nós só temos  de aceitar ou não aceitar. E, em não aceitando, ir atrás de outras possibilidades que a vida, seguramente, nos reservou. Esta foi a surpresa que a vida me reservou. Outras virão, certamente, mas esta é a boa surpresa. Que me permitiu perceber que a capacidade de amar é ilimitada e que viver sem medo de ser feliz vale a pena!

Fomos, semana passada, para a terra das cerejas. De comboio, sem carro, só nós e o tempo certo (apesar de sempre pouco) para nos amarmos mais um dia. Porque todos os dias, com ele, são de amor.
E é bom que haja dias e tempo para nos centrarmos nisso. No que nos une, no que nos apaixona, de cabeças encostadas pelo douro, com o rio de encosto ao baloiço suave dentro de nós.
Voltamos com saudades - que isto de estar junto cria hábitos! (dos bons) -, com mimo, com o coração cheio e quentinho.
Que bom é amá-lo assim!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Um dia desta semana o p. foi castigado nas aulas. A professora disse a todos para se calarem e ele falou. Bem ao seu estilo, falador... O acto de falar nas aulas nao é grave. Grave é a desobediencia, ainda que por distracção, acredito eu, a uma indicação directa dada pelo professor.
Porque se ele nao percebe agora que há regras a cumprir, vai perceber quando?
De castigo, um dia sem jogos de PSP e afins. De medida de correcção, um pedido formal de desculpas á professora e a promessa, junto dela, de que nao iria repetir-se.
Nao sei se é, ou nao, adequado. Se precisava de um castigo superior ou nao. É que educar é mais que dificil! é uma tarefa desmedidamente superior às minhas capacidades de mae.
Quando Deus decide dar filhos a alguém (biológicos ou nao) devia dar também, aos respectivos pais, determinadas capacidades. A de amar incondicionalemente ainda veio, mas a de educar com certezas...ficou pelo caminho...
Porque eu até nem quero, para eles, da minha suposta educação, nada de especial. Quero apenas educá-los para que sejam pessoas de bem. Quero que sejam generosos, humildes, respeitadores, responsáveis, equilibrados, felizes. Quero que percebam que os seus actos têm consequencias. Que saibam que há regras pelo caminho e que a vida é gira e vale a pena mas temos de lutar por ela. Nao é só estar de rabinho sentado à espera de facilidades...
Mas como raio é que isto se ensina?
Este caminho de tentativa e erro a alguma lado deverá dar... a ver

Passaram ontem dois anos e cinco meses desde o primeiro beijo do meu amor.
Nao sei se é muito ou pouco. Sei, no entanto, que o tempo, desde esse dia, passou a correr de um modo diferente, num compasso feliz. Num tic-tac de encontro, de caminho, de certeza.
E, muitos beijos depois, é ele o meu tempo. O meu amor!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Estivemos de férias.Tivemos, em cinco dias, alguns momentos de tensão, como se quer. Mas tivemos, em muito maior quantidade, momentos de amor. Momentos de embalo, de cumplicidade, de jogos, de desenhos, de leituras, de caminhadas, de estrelas, de mar e de rio, de canções, de flores, de montes, de estradas, de fotos, de areia, de sol.
Momentos que nos fortalecem enquanto familia, nesta primeira experiencia - deles - no Alentejo e me fazem ter a continua certeza de que este é o nosso caminho!

Podia ter sido um dia de mae diferente. Mas nao. Foi um dia da mae exactamente igual a todos os outros desde que sou mae - com eles. E isso, faz toda a diferença!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Os ultimos fins de semana têm sido de luz.
Porque tem estado sol e porque temos, em nós, espectros de luz.
Veio o bom tempo e, com ele, os picnics, a praia, as bicicletas, os jogos ao ar livre, as mangueiradas, os pés descalços no chão.
E eu deitada no colo dele, com raios de sol a inundar-me o corpo e a alma.

Gosto dele em dias de luz. Que é como quem diz que gosto dele todos os dias. Ou que nao há dias sem luz com ele na minha vida...Ou que gosto dele sem mais:)

terça-feira, 23 de abril de 2013

O que faz com que os filhos sejam nossos?

Aos quase 40 anos, tenho poucas certezas. E, na verdade, cada vez me preocupo menos com isso. Aceito as verdades de hoje como possiveis inverdades amanhã e vice-versa. Acho que sou, apesar de tudo, muito mais flexivel - em relação a verdades e a certezas - do que era antes.
Mas há uma certeza que eu tenho. daquelas certezas que nunca, nunca, NUNCA, o vao deixar de ser: Os meus filhos são meus. E são meus nao porque nasceram da minha barriga (num dos casos, até nem vi:)) mas porque os amo como meus filhos.
Podiam ter nascido doutra barriga, podiam ter outra mae biológica, podiam ser adoptados, que seriam sempre MEUS filhos. Porque o amor está no coração e nao na barriga. E está na pele. Digo sempre isto, desde que os conheci: que nao gostei imediatamente deles... Quer dizer, também nao os desgostei, naturalmente, mas quando nasceram, eram apenas crianças, iguais a tantas outras que, por acaso, me vieram parar aos braços e que, também por acaso, passaram a ser  a minha missão na vida. Nunca fui apaixonada pela minha barriga...
Só com o tempo, os gostei. Só com o tempo os senti meus e passaram a ser, de crianças iguais a tantas outras, as MINHAS crianças. E nao tenho qualquer duvida de que os amo mais a cada dia que passa. Amo-os mais hoje do que ontem. Amá-los-ei mais amanhã do que hoje. Porque são, todos os dias, a minha pele, o meu cheiro, o meu beijo, a meu abraço. Acordo todos os dias com a certeza que vale a pena, porque eles estão no meu mundo.
E sei que este amor nao se mede pelo tamanho das células que temos em conjunto, mas apenas pelo tamanho das particulas de que o nosso coração é feito.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ás vezes falo-lhes torto. E sou má e nao tenho a paciencia que eles merecem. às vezes entornam o leite na cama, o caramelo na manta, partem candeeiros, puxam cortinas, deixam tudo desarrumado, nao vêm para a mesa quando eu chamo, lavam mal os dentes, lutam e resmungam e gritam e eu nao tenho paciencia.
E grito-lhes e dou uma palmada, que isto de se ter o poder é um virus... e sei que mereciam uma mae mais paciente e compreensiva como a mae do Ruca que até enerva, de tão perfeita que é!
E ás vezes - mais do que as que pretendia - nao sou.
Mas, sei que tento ser sempre melhor. E sei que, em nao sendo, preciso de lhes mostrar o reservo da mae. Que brinca, que está atenta, que é dedicada, que mima, que os ama incondicionalmente, mesmo nao sendo perfeita.
E por isso que quando o p. deixa a brincadeira a meio para me vir dar um beijo ou passar a mao no rosto, sei que estou no caminho certo. Posso ainda nao ter lá chegado e posso nao ser a mae do Ruca  - assim como assim, nem gosto do cabelo dela! - mas eles sabem que os amo... Devo estar a fazer alguma coisa bem feita...

Estava na caixa do supermercado e, em frente, no avião do noddy (sem moeda), os tres a brincar. Percebi que tinha de ir ao carro, mesmo ali ao lado, passei pelos tres a correr com um "vou ali ao carro a correr, nao saiam daí" (e com a minha mae, na mesma caixa, a supervisionar). A correr para o carro, ouço o J. a chorar: mamã... espera por mim!
Eu: podes ficar filho, vou só ao carro e venho já! ele: nao... vou contigo, mamã!
E podia nao ficar feliz com esta ainda tão grande dependencia do meu principe de olhos azuis de cinco anos... Mas fico. Chamo-o de bebé, o meu bébé, e ele a dizer-me que nao é bebé. E eu susurro-lhe: eu sei que nao és. Que és grande e forte, mas gosto de te chamar bebé porque és o meu filho mais novinho e eu gosto tanto de ti... deixas-me chamar-te de meu bebé? - Está bem, mamã... com a maozinha agarrada na minha, a caminho do carro do noddy, com os irmaos.
E é isso: Ainda bem que a vida nos surpreende, ainda bem que são tres e nao dois e ainda bem que o meu bebé é este meu principe de olhos azuis!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ontem dei por mim a ler pedaços de um blogue da Rita. Que tinha 28 anos e um cancro que a matou. Escrevia bem, era interessante e com um enorme sentido de humor.
Morreu e ficaram as palavras dela. A historia de uma doença que a consumiu, mas nao venceu o seu espirito.
Li algumas palavras de dor. Mas nunca de queixume. Li que ás vezes lhe apetecia roubar a vida dos outros. dos que nao têm cancro.
O que eu a admiro, mesmo sem a conhecer. O que eu rezo, baixinho, à noite, para que tenha encontrado o seu lugar - feliz- no céu.
Nao a conheço, mas gostaria de ter sido sua amiga. Nao pelo cancro, que ODEIO, mas porque gosto de pessoas que aceitam a vida como o milagre que ela é, independentemente do tempo que por cá estão. porque me encantou a sua fragilidade e a sua força. A sua coragem e a sua vontade.
ADORO viver. É uma inevitabilidade. E, se ficasse doente (como acredito, aliás, que hei-de ficar. É outra inevitabilidade), nao seria generosa, nem bem humorada, nem intrinsecamente boa e nao queixosa. Tornar-me-ia amagra e ressentida, com pena pelo que nao viveria mais.
Mas, enquanto cá estou, livre de doenças (eu e aqueles que eu mais amo), que graça! que benção! que plenitude esta de acordar todos os dias, poder sair á rua e sentir o sol, a chuva, o quente e o frio! Que maravilha que é saber o mar e o céu e a relva. Saber o correr, o apalpar, o beijar, o sentir.
Cada vez mais, suporto menos bem más ondas... tão pouco o tempo que me resta... perdê-lo com merdices e lamentos nao é, de todo, o meu objectivo.  A vida nao é perfeita? who cares? é perfeita sim! perfeita com todas as suas imperfeições, com todas as suas dessincronias, com todas as rasteiras que nos vai pregando. Estamos cá! Melhor dar valor a isso enquanto o temos...

Há uma coisa que ainda nos falta em casa - fotografias a cinco.
Porque, convenhamos, nao é facil... estamos sempre juntos, é certo, mas juntos -preparados-e-dispostos-para-uma-fotografia-e-com-uma-máquina-fotografica-à-mão, é mais ou menos raro.
Mesmo nas férias, ou falta um ou falta outro, ou há uma mao ou um pé que ficam de fora:) mesmo deles os tres em conjunto, são raras as fotos que temos. Há sempre alguém que se lembra que afinal apanhar conchinhas ou olhar para o lado é muito mais giro que esperar que o flashe dispare...
Vamos tratar disso hoje! E, a partir daqui, memórias dos cinco gomos espalhados pela casa, em tons de azul...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ontem o meu amor queria correr (agora que anda com a mania que é desportista:). E tinha trabalho e ainda o lançamento de um livro onde queria estar presente. Mas, saiu mais cedo para os ir levar à catequese. E, quando os fui buscar, lá estava ele também á nossa espera, para ir connosco ao médico.
Bem lhe disse que nao era uma consulta importante, que era rotina e que podia perfeitamente ir sózinha... mas a verdade é que, desde que estamos juntos, nunca fomos a nenhuma consulta sem ele. Gosta de ouvir, de estar presente, de ter a certeza do que o médico diz. De repetir-lhes, aos tres, as recomendações médicas, de assegurar-se que as cumprem.
Viemos para casa juntos. Fizeram os trabalhos de casa, jantamos, tomaram banho e foram para a cama cansados. Ainda teve tempo, o meu amor, para brincar com eles. Para estarem abraçados na cama o tempo suficiente para o prenderem e lhe dizerem que nao queriam que de lá saisse.
Por fim, já quando estavam quase a dormir, saiu do quarto. E foi correr.

E é também por isso que tenho a certeza que os ama. Tanto quanto eu o amo a ele.

Para ele

'Se me apagares os olhos, ainda te posso ver./Tapa-me os ouvidos: ainda/ consigo ouvir-te./ E sem pés, consigo chegar até ao pé de ti./ E sem boca sei ainda invocar-te./ Arranca-me os braços: eu abraço-te/ Com o meu coração como se fosse uma mão./ Pára-me o coração e o meu cérebro baterá./ E se me pegares fogo ao cérebro,/Vou levar-te no meu sangue.'

Reiner Maria Rilke, O livro da peregrinação.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Passaram os tais dias em Lisboa. Eu e os nossos pequenitos. O meu amor nao foi.
"nao vais? queria tanto que tu fosses!" Disseram eles as palavras que ficaram caladas em mim. Queria que ele tivesse ido porque nao sei ser sem ele. Continuam os dias e as horas e eu continuo a acordar, mas a vida perde perfume, o dele. E eu, que sou uma pessoa de cheiros, que se encanta com olfactos, sinto-lhe a falta.
Foram 3 dias sempre a contar pelo 4º, aquele em que viriamos embora. 3 dias bons, apesar disso. Passados em familia, com muito atenção dada aos pimpolhos. Chegamos cansados, todos, e matamos saudades em beijos e abraços, no reencontro.
Depois a Páscoa. Com muita chuva. Tanta como nao me lembrava. Nao pudemos esconder os ovos no jardim mas escondemos na sala, atrás de sofas, de cortinas e em vasos e cadeiroes. Muitos doces, muito barulho, muitas crianças animadas, amigos, compasso, coração sereno.
Somos uma familia forte. muito convencional dentro de uma moldura de familia moderna.
Gosto de nós.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Este foi um fim de semana bom, tranquilo.
Apanhamos sol no jardim, brincamos juntos, estivemos em familia sem pressas.
A antecipar uns dias dificeis de separação... vão ser só 3 dias e já tenho o coração apertado, com saudades dele e de nós, juntos...
Ele nao sabe, mas sempre que ele fica (ou que vai), há um pedaço de mim que fica com ele. E um pedaço de mim que se perde...

sexta-feira, 22 de março de 2013

Fomos a Barcelona no fim de semana passado. E, desde então, Barcelona passou a chamar-se Amor.
Hoje começaram a manhã a fazer desenhos.
E nao tinhamos nós ainda acabado de acordar, fomos brindados com este desenho.
Eu e ele, num abraço, felizes, com um pássaro por cima, a passear.

Gosto tanto desta visão deles de nós!!!!!

quinta-feira, 21 de março de 2013

terça-feira, 19 de março de 2013


Saudades do meu pai.
saudades da certeza que me queria bem. Saudades da mao que nunca me deixaria cair.

Saberá ele a falta que me fez/faz?
Saberá ele o quanto a sua morte moldou a minha personalidade?
Estará ele a amparar as minhas quedas? Verá ele as minhas alegrias? Limpará ele as minhas lágrimas? Orientará ele a minha direcção?
Saberá ele que algumas das escolhas que fiz foram por causa dele?
Saberá ele o quão frágil ainda sou? Estará ele a dar-me a mao? A puxar-me em direcção ao sol mesmo nos dias em que o não sinto?
Saudades
Dia triste o de hoje.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Hoje é uma especie de dia do Pai na escola dos miudos. E, pela primeira vez, e por opção deles, fizeram também um trabalho para o P. E também a pedido expresso deles, quiseram que fosse logo de manhã á escola, levá-los e receber as prendinhas feitas por eles.
O meu amor, tão orgulhoso...feliz com os seus presentes e o sentimento de ternura que os une.

É neles que me enlaço, que me encontro, que o bem-querer faz mais sentido.

Amo-os de paixão!

terça-feira, 12 de março de 2013

O mais piqui lá de casa, vai quase todas as noites dormir connosco e hoje nao foi excepção. De manhã, ainda com os olhos mal abertos, abraçou o P. e começou a fazer-lhe miminhos no rosto...

Enchem-me de ternura, os meus amores...

segunda-feira, 11 de março de 2013

E fiz 39 anos.
Num dia em que, apesar das ameaças de chuva, brilhou o sol, como, aliás, em todos os dias 10 de Março de que tenho memória.
Foi um dia feliz. Porque era domingo e pude acordar mais tarde, porque tive pequeno almoço servido na cama, porque tive os meus principes a cantarem-me os parabéns, porque tive parabéns num saxofone tocado maravilhosamente, porque tive sevilhanas, porque tive presentes e, sobretudo, porque tive comigo as pessoas que mais amo.
Amigos de sempre, familia e os meus amores maiores. Eles os quatro que iluminam os meus dias, que fazem do meu mundo um lugar melhor.
Ele que, no meio da confusão e falta de tempo que têm sido os nossos dias, ainda arranjou tempo para preparar, com carinho, tantas surpresas mágicas...
lembro, do dia de ontem, cada minuto, mas guardo, com especial carinho, a sinfonia de 3 vozes de anjo a cantarem-me os parabéns e o beijo na varanda do restaurante, com o mar por cenário e um sussurro de amor.

Bom ser feliz.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Estavam a dançar sem musica, ele o o mais pequeno (ou com musica inventada por eles, nao me lembro bem).
Disse eu ao p: Diz lá filho, quem é que o mais tolinho desta casa?
resposta dele, a rir-se: é o P., mamã!
resposta do mais pequeno: Nao é nada! o P. nao é um tolinho, é um artista!

(e como o J. acorda sempre a cantar, entendem-se na sua sensibilidade de "artistas")
Começar um relacionamento do zero depois dos trinta, nao é fácil. pessoas distintas, hábitos e rotinas distintos, personalidades já vincadas por uma história. Quereres e saberes diferentes, percepções da vida e do mundo diferentes.
É preciso querer. é preciso gostar. é preciso amar.
Nao descobri a pólvora, naturalmente e todos sabem disto, mas é importante que se reforce a ideia de compromisso, de empenhamento, de verdade, de companheirismo. Porque nao é só decidir namorar ou casar ou viver junto:) é decidir um compromisso com o outro, com uma familia, com um destino. um compromisso de nao desistencia, de união nas dificuldades, de diálogo, de mao na mao, de cuidar.
Gosto de pensar que temos isso, eu e ele. que para além da paixão e do amor, temos a vontade de nos querermos, de fazermos, do nosso mundo, um mundo feliz. De cuidarmos um do outro, de nos empenharmos um no outro, de nos darmos um ao outro e à nossa familia.
E quando nos vejo de manhã a dançar no quarto (a dois, a três, a quatro ou a cinco), sei que estamos no caminho certo!