quinta-feira, 22 de maio de 2014

no bom e no mau sentido


 
Nós no carro, de manhã

m: és um tótó j.!

j. Sim, claro, estás muito certo. Sou até um idiota!

m. olha como tu sabes! Por acaso até és mesmo um idiota!

j. Pois sou! E não me importo! Sou um idiota porque tenho muitas ideias!

p.: não tótó! Ele queria dizer idiota no mau sentido!...

A geografia da felicidade


Ando a ler o livro geografia da felicidade. Ando a ler desde Março, o que já podia não ser bom prenuncio, porque dificilmente demoro mt tempo a ler um livro, mas não é o caso. Demoro porque tenho tido realmente uma vida muito atarefada e chego á cama tão cansada que só me apetece vegetar com uma revista cor-de-rosa ou séries de televisão que me façam rir e não pensar muito e porque o livro se pode ler aos bocadinhos. Não se perde a continuidade narrativa e dá perfeitamente para ler em “pedaços”.

Ora, cheguei agora ao fim da visita do escritor ao Butão. Onde não há semáforos ou não havia quando lá esteve) e a vida anda mais devagar. Já passou pela Suica, demasiado organizada, e pela Holanda, demasiado anárquica.

Tento retirar, de cada livro que leio, algum ensinamento, alguma aprendizagem. Tento, também por isso, pensar em mim em cada um desses espelhos geográficos. E não sou capaz de decidir. É fácil pensar-me num país sem semáforos, com uma única estrada, com poucos carros, onde não há pressa para ir para lado nenhum. Mas não me parece que fosse aguentar muito tempo o demasiado tempo que teria para gastar sem fazer “nada”. É fácil imaginar-me na Suiça, onde o meu pai chegou a viver por alguns meses – e adorou -, com tudo limpo e organizado. Mas sei que não me ia habituar ao frio nem ás imensas regras a que os suiços me parecem sujeitos. Sou demasiado distraída, demasiado desorganizada, demasiado sem regras no dia dia…. Já a Holanda… fiquei (ficamos) encantados com a Holanda, ou com o que conhecemos dela. Ficamos encantados com os dias de sol que encontramos, com o comboio, com os passeios de bicicleta, com as cidades que visitamos, com os moinhos, com os pic-nics nos parques, com os concertos, com os refrescos de hortelã, com os bares, os rios, a água. Mas foi tudo numa época muito especifica, com amigos muito específicos. Seria capaz de viver lá? Não sei… E não sei o que é que faz uns povos serem mais felizes que os outros.

A minha geografia da felicidade resume-se á minha casa (em sentido alargado) e ás pessoas que nela habitam. Resume-se ao meu coração e ás pessoas que nele moram. A minha geografia da felicidade não se mede em rendimento, nem ordem nem desordem. Mede-se pelos risos deles  pela manhã, pelos abracinhos que recebo á noite, num xi-coração apertado, pelo chilrear dos pássaros num dia de primavera, pelo aconchego dos pés gelados que se aquecem, pelas conversas animadas com amigos, pelas emoções dum livro ou dum filme, pela sensação de plenitude de uma cama partilhada a cinco.

A minha geografia da felicidade está em mim. E está neles. Vivamos nós em que país vivermos, desde que estejamos juntos e estejamos bem.

 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

inconfidência

ontem, disse-me o P.
 - fiquei tão feliz quando fui buscar os miúdos ao treino!
 - sim? então porquê?
 - porque quando eu estava a chegar, o m. disse ao treinador: - está ali o meu pai!

(tu mereces!:)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Conversas de amor aos 8 anos

p.: mamã, sabes como é que eu sei que a m. gosta de mim?
 - não, filho, como sabes?
 - porque quando estamos numa festa, tipo, numa festa de aniversário, eu estou num lado e ela está no outro e ela vem sempre para o meu lado. isto significa que gosta de mim, não achas?
 - acho, claro. Acho que gosta mesmo muito! E tu, gostas dela?
 - gosto.
 - e então porquê?
 - pela sua beleza.
 - ai sim? E do que gostas na sua maneira de ser?
 - como assim?
 - no modo como ela é:
 - é simpática? sim! é brincalhona? muito! tem sentido de humor? sim! é inteligente? é a menina mais inteligente da sala! é generosa? sim! estás a ver, mamã, é por isso tudo!

E é assim que aos 8 anos, ele já percebe o amor:)

(numa empatia mutua que, vá-se lá saber porquê, dura já desde os dois anos...)

Gosto de...  
Acordar a dançar. Ouvimos musica e dançamos. Primeiro os dois. Depois, os três, com o pequenino abraçado ás nossas pernas. Os outros, a rirem-se, por entre gestos e palavras de "ui! que horror! que nojo! parem de namorar!":) Gosto que nos sintam felizes. Que percebam o bom que é ter um companheiro e uma família que se ama. Gosto que vejam, em nós, um exemplo de amor a seguir.
         Gosto de nós!


Ando há dias para escrever sobre Madrid.

Mas têm sido dias cheios, a correr, com noites mal dormidas, infecções e muito trabalho.

Fomos a Madrid.

Saimos daqui na quinta-feira, em direcção a Espanha, que muito nos (a mim e ao meu amor) encanta.

O destino, parquer warner bros na sexta e sábado, para grande divertimento dos miúdos. Fomos em família alargada, com mae e sogra, a ajudarem na logística e no divertimento.

Adoraram o parque. O m. ficou doente logo no primeiro dia, mas acho que já não se lembra e só guardou as memórias positivas.

Jantamos no centro de Madrid (calamares bons e estaladiços). Passeamos no mercado S. Miguel (que cheiro a peixe estragado, mãe!), na plaza mayor (podemos dar dinheiro àqueles senhores sem casa? – tantos, por ali…) e na puerta del sol - a nossa, da nossa primeira viagem a dois, do beijo ao abrigo do urso (porque é que o simbolo de Madrid é um urso?), e deles agora, com os meninos dos patins que eles idolatraram.

Segundo dia, j., doente. Terceiro dia, dia de regresso, não sem antes uma visita oficial ao estádio do real Madrid, eu doente. Viagem longa e com muitas paragens, mas chegamos bem e em paz. Primeiro dia pós Madrid, P. doente.

Algum vírus nos apanhou e não quis largar-nos fora de portas, mas mesmo assim, não houve vírus que nos impedisse de gozar, em família, estes mini dias de ferias.

Cansativos mas com muitas imagens de amor gravadas na minha memoria.