quinta-feira, 10 de setembro de 2015

spoiler sobre "lugares escuros" - é favor nao ler quem ainda nao leu o livro/viu o filme


ontem vimos o filme "lugares escuros", baseado no livro com o mesmo titulo, que já li em tempos. É um filme engraçado, bem feito, mas sem a complexidade (julgo que nem era possível de outro modo) do livro. Retiro, do livro/filme, várias ilações, mas a que mais me comove, é o amor da mãe que, em absoluto desespero, contrata a sua própria morte para deixar dinheiro aos filhos (sobretudo a um deles, que precisará - julga ela, de contratar um advogado). Não é sequer uma mae muito afetiva. Não diz aos filhos, pelo menos não muito, que os ama. é um amor terra a terra, um amor sofrido de quem precisa de alimentar 4 crianças, vesti-los, educa-los, penteá-los e, pelo meio, não os deixar fugir do bom caminho. Mas, apesar de ser um amor comedido, é um amor absoluto. de quem dá a vida por quem ama. E eu gosto disso.

Diz-me o j. hoje de manhã abraçado a mim, com a cabeça encostada na minha barriga: - mamã, gosto tanto da tua barriga magrinha, assim lisinha.... e pronto, era só isto. Afinal os filhos também podem fazer maravilhas à nossa autoestima:)
Ora segundo o mais pequeno lá da casa, o pão tem milhaguinhas!:)
Diz o P: - temos mesmo de o corrigir? não pode continuar a dizer isto assim por mais uns tempos?
oh... porque é que eles têm de crescer?????:)

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O Meu marido é um super herói


Um destas noites o m. teve um pesadelo. Em resumo, uma bomba ia acabar com o mundo e íamos morrer todos. E o P., não sei bem como, morreu para nos salvar. E isto diz muito sobre o que o P. é para o m. e sobre o que ser pai e filho deve ser. Não há laços de sangue que sejam necessários, quando os laços de amor o são. E diz também muito sobre a mentira que é o mito de pai só haver um. Não há. Pais há aqueles que amam e que tratam os filhos comos filhos. E há muito que o P. é o pai dele, deles. Não que o outro, o biológico, não o seja, que os meus filhos têm a sorte imensa de ter dois pais que os amam mais que tudo, mas este, o Pai meu marido, é um super herói.

É o pai que tira uma semana de ferias para ir sozinho com três crianças para o campismo no meio do nada e que, mesmo com dores de cabeça ininterruptas há mais de uma semana e um tímpano furado (com um pontapé do p. logo no primeiro dia do campismo) não arreda pé e continua a jogar à bola, a fazer grelhados numa botija de gás, a jogar Uno, a dar banhos,  a ir à piscina e a dormir no chão de uma tenda.
E é por isso que não me admira que ele salve os meus filhos (e o mundo por arrasto) num sonho do m. Porque essa é a cara dele. Essa é a missão dele. Ser o nosso super heroi

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Estivemos uma semana de férias.
Sol, praia, piscina. Piscina, praia, sol. E zoomarine.
E pronto, foi a isto que se resumiu a nossa semana visível.
O invisível (ou não tanto assim), foi o amor que cada vez mais sentimos uns pelos outros. Nunca senti os meus filhos tao chegados entre si (para o bem e para o mal, que isto também traz milhentos pequenos atritos) e chegados a nós. muitos beijos, muitos abraços, muito mimo. Muitas piadas, musicas inventadas, risos e mais risos, pés colados, pegajosos, pele molhada, lambidelas, saltos na agua, gelados e gomas partilhados.
Foram umas férias em família alargada (com avó, tios e primo), mas em que estivemos sempre muito nós.
E nós, eu e o meu amor, apaixonados no calor do dia. no calor da noite. no calor da vida. faz amanhã 3 anos que nos casamos e nunca o amei tanto como hoje.

segunda-feira, 23 de março de 2015

e depois de uma noite dormida em casa do pai, pergunto eu ao mais pequeno:
- e então, meu amor, pensaste na mamã?

ele: -  desculpa mamã, mas não me lembrei de pensar em ti...só pensei no P.!

(e pronto... quem diz a verdade não merece castigo...)
Do m: Mamã, como se chama aquele cientista, o frankenstein?
:)


Do p, em brincadeira aos policias e ladroes com os irmãos: Oh, j., não vale a pena teres código na porta porque eu abro com uma cabra ou lá como se diz e entro na mesma!
:)

Não consigo deixar de estar triste.

Devia estar feliz, bem sei. E estou. Mas triste.

Os meus filhos foram à eurodisney. Já chegaram a paris e estão bem. E vao divertir-se e adorar. E eu feliz com isso. E triste porque não é comigo que eles vao adorar.

E já sei que já foram comigo à isla mágica e à Warner bros e que vai ser mais do mesmo, mas mais do mesmo devia ser sempre comigo!

E pronto, era só isto. Vou continuar a ter em frente a mim a foto deles (e do P.) no dia em que fui para a China, vou continuar a olhá-los e a amar aquele sorriso que mais ninguém tem.

Há dias em que isto de ter filhos de um pai biológico que não é o que está ao nosso lado, é uma merda.

E esperar que sexta-feira chegue a correr!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015


Ontem estava cansada. Tinha chegado a casa, feito o jantar, croquetes para a festa de aniversario e brigadeiros porque tinham trazido boas notas. Estava cansada, com dores de cabeça e dores de costas. A determinada altura, tive de me deitar na cama para descansar. O P, no noutro quarto a treinar guitarra com o j. no nosso quarto, eu, deitada, o p. e o m.

M: - estás doente mamã?

Eu – só cansada filho

Ele_ deita-te um bocadinho e descansa. Queres um urso de peluche?

Eu – não, obrigada. Deita-te aqui ao meu lado e ficas tu o meu ursinho de peluche

Ele  - (feliz!)

Ele- precisas que te faça alguma coisa?

Eu – não. Vou já ficar boa, só preciso de descansar um bocadinho

Ele- então hoje não nos contas historias?

Eu- hoje se calhar não, não ficas triste?

Ele – não. Só quero que fiques boa! Vou buscar-te uma almofada (e foi). queres mais alguma coisa?

Eu – Não, basta-me ter-te aqui ao meu lado

Chegou o p.

- posso também deitar-me aí mamã?

 - sim, claro

Tens frio? Queres que te vá bsucar uma mantinha?

Eu – vocês têm de ir para a cama, a mamã fica bem

M- não… não te vou deixar sozinha. Fico aqui até o P. chegar.

 

Enchem o meu coração de alegria estes filhos. De uma ternura que eu não consigo dizer. Aconcheguei-os num abraço em silencio. Num silencio feliz e de memoria. São estes os momentos que não quero esquecer.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Do m, abraçado a mim, a propósito de nada:
 - Obrigada por seres a minha mama!

(soubesse ele o quanto eu agradeço tê-lo a ele (e aos irmãos) - como meus filhos...)

Natal


Passamos o natal. A minha época preferida de todo o ano.

Lembro-me dos natais passados em casa da minha avó. Casa pobre, muito pobre, sempre cheia de comida e de animação. Lembro-me das minhas primas, das nossas conversas, dos nossos sorrisinhos de excitação, dos nossos presentes (meias e lencinhos de mão das tias avósJ), da minha agenda, dos presentes dos pais, sempre os mais esperados.

Lembro-me do cheiro das rabanadas, do leite creme feito com água da minha avó (impensável para mim agora, mas que adorava na altura) e da sala minúscula onde cabíamos muitos! Lembro-me, muitíssimo bem (e ouço-o, muitas vezes, em pensamento), do riso do meu pai. Das suas brincadeiras meio parvas com a minha tia  e de como me sentia feliz quando voltava para casa, á noite. Feliz, amada, abençoada.

Hoje, o natal é outro. Não há casa das minhas avós. Não há avós. Não há o meu pai nem a minha tia, nem as brincadeiras disparatadas. Não há conversas com primas. Não há uma das primas. Não há cozinha com chaminé nem o frio da rua ao voltar para casa.

Mas continua a haver mãe. E irmã. E a irmã já tem marido e este ano tem um bebé. O t. que nos assustou imenso durante a gravidez mas que afinal é um anjo de perfeição e serenidade. E há a filha da prima que tem o cheiro dela, e, com muita alegria minha, passa a noite enroscada no nosso sofá. E há o P. que é, em sentido figurado e literal, o nosso pai natal. E há os nossos três príncipes da lua, que são ainda mais doces que o leite creme que a minha avó fazia.

Continua, por isso, a ser natal. Passado na nossa casa, com mesa cheia de família e de amigos. Com o calor da lareira e do fogão sempre aceso. E quando volto, à noite, á cama, continuo a sentir-me natal. feliz, amada, abençoada.