quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Do p. ou da generosidade

Estávamos a ler o livro piadas para meninos e meninas. Uma delas dizia: era um bebé tão feio, tão feio, que a mãe, em vez de lhe dar o peito, dava-lhe as costas.
p: mamã, o que é que isto quer dizer?
Eu: quer dizer que o bebé era tao feio que a mama não consegui olhar para ele. Mas isto é só uma historia inventada, porque não há bebés feios… além do mais, todas as mães acham os seus filhos os mais lindos do mundo!  
Ele, a olhar para a ilustração que acompanhava a piada: por acaso este aqui é um bocadinho feio, não é?  
Eu: é um bocadinho…  
Ele: mas de certeza que quando for grande vai ser muito bonito!

Do m. ou do amor incondicional

- mamã tu vais morrer um dia?

- sim, filho, mas não te preocupes com isso que é só quando eu for muito, muito velinha!

- oh… então vou morrer contigo, para ficarmos sempre juntos!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Just a perfect day

São todos aqueles que passo com as minhas pessoas.

PS: Cada vez mais percebo o quao agarrada sou a essas pessoas, as minhas. Posso ser desligada de tudo o resto (que sou) mas nao delas E enquanto estiverem no meu ninho, todos os dias serão perfect days!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013


Ontem cheguei a casa e estava lá uma caixa. Tinha, lá dentro, as memórias da minha Avó de que a minha prima A. nao conseguiu libertar-se. Um xaile, uns chinelos, o crixifixo que estava em cima da cama dela, alguns exames, cartas, fotografias.
Entre estas memorias, o cheiro dela. Cheiro a trança impecavelmente arranjada num puxo, cheiro a uvas americanas, a pastelões de sardinhas e a morcela. A refresco de café e a laranjas no quintal. Cheiro à minha prima A., de quem tenho milhões de saudades, com uma fotografia daquele passeio a Fátima onde estamos as tres primas, de corações cheios de esperança. Cheiro à musica dela, aos posters na parede, aos seus rissois, ao seu pudim frances, ao riso, aos telefonemas sem motivo. E cheiro ao meu pai. à letra dele, às palavras em cartas mais que antigas, cheiro ao cabelo dourado e olhos de um verde que nao sei dizer. Cheiro a manhãs de domingo felizes, a almoços e jantares de familia, aos primeiros filmes no cinema, o Bambi, o Popey, ao águia de Douro e a croissants na esplanada do magestic.
Cheiro a mim menina, de cabelo amarelo e fato azul turquesa, feliz como sempre soube ser.

E são estes os cheiros que, muito embora me enchendo o coração de saudade feliz, lhe trazem, arrastam, em si, os buracos que nenhum outro cheiro consegue preencher

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A historia do Tarzan ou de como se constroi o amor

Quando fiquei sozinha com os miudos, tinha muito a preocupação de lhes explicar que nunca os ia deixar. Todos as noites lhes repetia, em jeito de mantra, que nunca os ia abandonar, que podiam sempre contar comigo, que os ia sempre proteger. Nunca quis com isto dizer-lhes que tinham sido abandonados pelo Pai (que não foram), mas apenas criar-lhes a segurança de um lar. De um porto seguro onde poderiam sempre repousar. Isso já mais que passou, e eles estão mais que seguros, mas continuo, volta a meia, a repetir que os vou sempre proteger, blá, blá, blá.
Ora foi pois com espanto, que ouvi o p. Estava a contar-lhe a historia do tarzan. Eles perdeu os pais e a mae gorila adotou-o.
Disse-lhe eu: e a mama gorila, que passou a ser a sua mae do coração, disse-lhe que o ia proteger para sempre.
Resposta dele: como o P…!

Olha a minha vida… então está ele nas nossas (e deles) vidas há pouco mais de dois anos e passou a ser ele a protege-los para sempre? Acabaram-se as historias do Tarzan

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Mais conversas de carro (desta vez assistida pelo homem da casa): p. para o j: Estás com saraiva na cara, j! Imaginamos que quisesse dizer sarampo, em referencia a umas manchinhas que o mais pequenito tinha na cara)

sobre as autarquicas

Conversas deles, no carro:
p: Está ali (num cartaz) o Luis Filipe Menezes, o que perdeu!
m: quem nao sabe isso, p!
j.: pois, perderam todos menos o Rui Moreira, nao foi mae?

E se alguém nao sabia ainda o resultado no Porto, foi este: perderam todos menos o RM. Só para que conste:)

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

m.: Mamã, está ali atrás uma clinica telefonica!!!!


(Ou isso uma cabine, mas a diferença não é, realmente, muito significativa;)

Ontem fomos à porto stock fair. Uma espécie de feira do livro sem ser de facto a feira do livro e sem livros recentes. Não deu, por isso, para comprar livros recentes (comprei um da Mary Higgins Clark com milhentos anos, mas que ainda não li) mas compramos muitos livros infantis! Estava lá uma escritora de livros infantis. E estavam apenas três crianças, as nossas. E isto só podia resultar numa mistura difícil… para mim! Ora a escritora, de seu nome Helena, precisava de meninos para ouvirem as suas histórias e para participarem na atividade de escrita criativa que tinha planeado. O j. ainda não lê, o m. estava entretido a escolher livros, sobrou o p., que, orgulhoso dos seus conhecimentos de inicio de 2º ano, se deliciou a ler, em voz alta, tudo quanto a helena lhe apresentou. E, não contente com isso, foi chamar a mãe, para vir participar na escrita criativa. Fizemos um texto inventado, cada um dos três (eu ele e a escritora), e depois completamos a história uns dos outros. A do p. começava com uma vaca muito desajeitada. E acabou com ela a dar um mergulho no rio (sugestão do m. que entretanto se juntou a nós). Um bocadinho constrangedor, só nós a participar, mas valeu a pena para ouvir o p. ler. Lê já tão bem! e é engraçado perceber como gosta de ler em voz alta, em participar das leituras, em responder a perguntas de interpretação. O m., ao contrário, mais metido nele, lê em silêncio, para si próprio e quando lhe peço para ler para mim, diz que não quer. Mas lê bem, ainda assim.

Bom vê-los crescer!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Amo-te todos os dias. Em dias de amuo, em dias de paixão, em dias de mau feitio e em dias de pura felicidade. Amo-te em dias em que vestes verde (que vai tão bem com os teus olhos) ou azul (que vai bem com a cor do céu), branco (que vai bem com as nuvens) e até castanho, como a cor do outono. Mas amo-te, sobretudo, nos dias em que vestes o meu abraço e em que te vejo da cor da minha pele, entranhado no meu coração.

É por isso que te amo todos os dias, sabes? Porque todos os dias tens vestido, em ti, a cor de mim.