A diferença tem sido tao gradual e tão impercetível, que eu
acho que ele ainda não percebeu.
Mas tenho-a eu percebido desde há uns meses para cá.
Não é no comportamento ou no sentimento, é apenas no dizer e
assumir esse sentimento.
Sei que gosta deles como seus filhos (que são) desde quase
sempre, mas nos últimos meses, tem vindo
sempre a chamá-los de filhos. Sempre que um se dirige a ele, ele responde,
tão naturalmente como eu: sim, filho.
Não é grande a diferença, eu sei. Porque as palavras são o
menos. Mas é um dizer, de forma absolutamente consciente e inconsciente que são
(os meus), os filhos dele (os nossos).
Antes, chamava-os pelo nome, numa espécie de paternidade mais
tímida. Agora, chama-os pelo que lhe são. Filhos, filhotes, filhos. Em palavras
que ecoam em nós com a naturalidade de que sempre assim foi.
Tao simples, afinal, os laços!
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