Este nunca é um dia de sentimentos simples.
Não deixo nunca de sentir, apesar dos anos que se passaram desde então, muita pena por não ter o meu pai por aqui. Mas sinto também uma enorme gratidão por o ter tido, a ele, como meu pai e pelo tão grande amor que me deu enquanto lhe foi possível.
Grata, ainda, á vida, pela sorte que os meus filhos têm por serem incondicionalmente amados por dois pais.
Muito em particular, grata ao meu amor, que escolheu ser pai destes meus - agora nossos - filhos. Grata pelo cuidado, pelo carinho, pela educação, pelo envolvimento, mas sobretudo, pelo amor de cada gesto, de cada palavra, de cada olhar.
Não sei como seria ele pai de outras crianças, não sei se tem jeito ou especial apetência para crianças. Mas sei que foi feito para ser pai destas crianças e que não quereria outras. Nota-se neles, elos de amor muito para além dos de sangue que não são, de todo, os mais importantes.
Grata eu, por poder assistir a estes elos, por poder partilhar, com eles, a magia de ver crescer laços que provam que o amor é a razão de tudo.
quarta-feira, 19 de março de 2014
quinta-feira, 6 de março de 2014
Estou a dias de fazer 40 anos. E esta data serve, sobretudo,
para me recordar o quão abençoada sou.
Não tenho grandes planos para os próximos quarenta.
Não há assim nada que eu queira muito fazer ou ter. Fui
sempre equilibrando o meu querer e o meu ter, pelo que não há assim nada que me
falte.
Claro que ainda quero muito viajar, mas isso sempre quis e
hei-de querer sempre, não há-de ser por ter 40 anos.
Queria voltar a andar de bicicleta, mas já comecei ano passado e este é só para
insistirJ
queria fazer algum exercício físico, mas também já comecei há dois anos com
hidroginástica e este ano com pilates, portanto, também não é novidade.
Quero ler mais. Mas isso não conta, porque quero sempre ler
mais…
Pintar. Isso sim, é uma ambição, a de voltar a pintar com
algum método. Mas isso também depende apenas de mim e de me convencer a
encontrar o tempo certo para isso.
Portanto, nada de novo por estes lados. Nenhum projecto
grandioso. Nada que sempre quis fazer e vai ser agora. Até já plantei uma
arvore (bem mais que uma), escrevi um livro e tive um filho (ou trêsJ)
O que eu quero mesmo, é continuar a sentir esta serenidade.
É continuar a emocionar-me com filmes e canções. É continuar a rir-me com
vontade, continuar a acordar com espirito de agradecimento, continuar a
sentir-me bem física e mentalmente, continuar a acreditar na bondade.
Continuar a sentir o meu peito fora de mim, nos meus filhos.
A sentir a sorte que é tê-los no mundo e em mim. Continuar a sentir-me amada e
a amar o companheiro que a vida me destinou e que teve a generosidade de
colocar no meu caminho. Continuar a ter amigos e a partilhar com eles, e com a
minha família, os meus dias.
Não tenho, portanto, grandes ambições. Ou então sim, que
estas são, de facto, as minhas grandes -
e únicas - conquistas. Hoje, e nos próximos quarenta anos, hão-de ser sempre
estas as minhas “great expectations”
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