Estou a dias de fazer 40 anos. E esta data serve, sobretudo,
para me recordar o quão abençoada sou.
Não tenho grandes planos para os próximos quarenta.
Não há assim nada que eu queira muito fazer ou ter. Fui
sempre equilibrando o meu querer e o meu ter, pelo que não há assim nada que me
falte.
Claro que ainda quero muito viajar, mas isso sempre quis e
hei-de querer sempre, não há-de ser por ter 40 anos.
Queria voltar a andar de bicicleta, mas já comecei ano passado e este é só para
insistirJ
queria fazer algum exercício físico, mas também já comecei há dois anos com
hidroginástica e este ano com pilates, portanto, também não é novidade.
Quero ler mais. Mas isso não conta, porque quero sempre ler
mais…
Pintar. Isso sim, é uma ambição, a de voltar a pintar com
algum método. Mas isso também depende apenas de mim e de me convencer a
encontrar o tempo certo para isso.
Portanto, nada de novo por estes lados. Nenhum projecto
grandioso. Nada que sempre quis fazer e vai ser agora. Até já plantei uma
arvore (bem mais que uma), escrevi um livro e tive um filho (ou trêsJ)
O que eu quero mesmo, é continuar a sentir esta serenidade.
É continuar a emocionar-me com filmes e canções. É continuar a rir-me com
vontade, continuar a acordar com espirito de agradecimento, continuar a
sentir-me bem física e mentalmente, continuar a acreditar na bondade.
Continuar a sentir o meu peito fora de mim, nos meus filhos.
A sentir a sorte que é tê-los no mundo e em mim. Continuar a sentir-me amada e
a amar o companheiro que a vida me destinou e que teve a generosidade de
colocar no meu caminho. Continuar a ter amigos e a partilhar com eles, e com a
minha família, os meus dias.
Não tenho, portanto, grandes ambições. Ou então sim, que
estas são, de facto, as minhas grandes -
e únicas - conquistas. Hoje, e nos próximos quarenta anos, hão-de ser sempre
estas as minhas “great expectations”
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