quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Afinal as prioridades nao mudam á medida que o dinheiro cresce...


Outro dia, contou-me um colega que foi feito um estudo sobre o que as pessoas fariam se ganhassem um milhão de euros. A resposta foi:

1.      Comprar uma casa

2.      Uma viagem de sonho

3.      Ajudar a família.

Em seguida, perguntaram às mesmas pessoas o que fariam se ganhassem cem milhões de euros. A resposta foi:

1.      Comprar uma casa

2.      Uma viagem de sonho

3.      Ajudar a família

 

Curioso não é?

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

amor sem limites


O que é que nos faz dar tudo de nós aos nossos filhos sem pedir nada em troca? O que nos faz amá-los sem condições ou limitações?

Não sei. Não sei porque é que amo os meus filhos assim. Sei que os amo e pronto.

Sei que aceito as suas imperfeições, as suas incongruências, as suas birras e mau feitio matutino, as suas infantilidades, sem nunca, nunca, os amar menos. Sei que resmungo e que perco a paciência mas em momento algum deixo de ter o mesmo amor, a mesma atitude, a mesma entrega.

Lembro-me de ter sido criança. Lembro-me tão bem de ter sido criança…

De ter manhãs na cama a brincar com o meu pai, de ter a minha mãe a contar-me historias por ela inventadas horas a fio até adormecer. Lembro-me de, já bem grandinha (muito grandinha até), a minha mãe continuar a levar-me (a mim e á minha irmã), o pequeno almoço à cama. Lembro-me do meu pai andar, muito, muito doente, a calcorrear as ruas de santa catarina á procura, comigo, de umas calças de ganga que ele, quase a morrer e a receber subsidio de desemprego, pudesse pagar, sem se preocupar com a minha estupida vaidade e egoísmo. Lembro-me de nunca ter feito a minha cama. Lembro-me de inventar que tinha muito de estudar para não limpar o pó ou outra coisa qualquer. Lembro-me dos olhos imensamente orgulhosos e doces do meu pai a ver-me na serenata com um traje que ele não comprou, porque me foi oferecido, mas que compraria nem que para isso tivesse de deixar de tomar medicamentos. Lembro-me dos vestidos que a minha mãe me fazia e dos sapatos que me comprava, mesmo que a roupa e sapatos delas estivessem quase rotos.

Lembro-me que, da nossa comida, a melhor era sempre para mim. Lembro-me de o meu pai me levar, sempre a pé, aos ensaios do grupo coral, todas as quartas feiras á noite, mesmo em noites de muita chuva e vento, e de ficar sentado, á minha espera, até que acabasse.

Lembro-me que, fizesse eu o que fizesse, fosse eu quem fosse, nunca deixaram, nem deixariam de me amar. Nunca os meus pais me exigiram nada, nunca me pediram nada.

Este é o exemplo que eu tenho. É este o único exemplo que posso e quero seguir.

Não quer isto dizer que haja falta de regras lá em casa. Com 6 e 8 anos  já poem a mesa, levam o lixo á rua, levantam a mesa, tomam banho sozinhos, arrumam a sala quando a desarrumam, vestem-se sozinhos de manhã. Há regras, sim. Colaboração essencial à coexistência de uma família com três crianças. Temos, todos, o nosso papel. O deles, apenas de filhos. Que merecem nada menos do que eu tive. Também não precisam de mais. Basta o que eu tive, que fui uma criança imensamente amada e feliz. Sei que foi essa infância feliz e equilibrada que me permitem ser hoje uma adulta feliz e equilibrada. Sem neuras, sem dramas. Com serenidade suficiente para encarar sempre o presente e o futuro com esperança, com alegria. E com memória do que fez crescer assim.

 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O m. tem estado adoentado. Ontem não estava a conseguir apertar um casaco e eu fui ajudá-lo. perguntou-me:
 - mamã, ficas muito cansada por estares sempre a fazer tudo por nós?

(fico:) mas face a esta pergunta doce, who cares??????)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

gosto

de acordar e sentir os olhos deles pousados nos meus, depois de sorrateiramente se terem enfiado na minha cama...



Sou tão, mas tão abençoada por ter estes três filhos! Tão mas tão abençoada por eles serem tao bons, tão generosos, tao crescidos, tão melhores do que alguma vez eu fui...

São perfeitos, pois então. Não os mais bonitos ou mais inteligentes ou mais arrumados ou mais rápidos ou mais obedientes. São perfeitos porque sim. Porque os aceito como são. E porque me aceitam, a mim, tão pouco perfeita que até dói, com um amor inesgotável. Com um amor renovado todos os dias. Com o amor de quem me recebe, quando chego a casa, com a felicidade genuina de uma primeira vez. De quem confia, de quem acredita, de quem percebe que estes laços de nós são inquebráveis e não há nem haverá nada, nunca, que nos afaste. Seremos sempre uns dos outros e eles serão sempre os meus filhos mais que perfeitos, mais que amados, mais que meus.

Já tenho nome de Password!


outro dia, a entrarmos num jogo:
Eu: p, qual a password que queres usar?
p: mamã S.!

E é o suficiente para encher o meu dia:)

O meu sonho de menina (um entre vários outros, na verdade) era aprender musica. Piano. Até muito tarde, vinte e muitos anos, sonhava ter um piano na sala, num lugar de destaque, onde me pudesse sentar e tocar, quando me apetecesse.

Sempre tive uma visão tão romântica de tudo… céus! Claro que os meus pais nunca tiveram dinheiro para eu andar a estudar musica e eu nunca tive um piano na sala. Podia ter aprendido mais tarde, é certo, mas com tanto para fazer, musica deixou de ser uma prioridade e ficou arrumada no cantinho das coisas do “contento-me com o que pode ser”. Canto muito, danço. Continuo a cantar com os miúdos e a dançar com eles. Às vezes quando acordamos, outras vezes na cozinha, outras vezes no jardim. Têm, os meus filhos, muito de musica em si. Alguma coisa será de tantas canções de embalar que lhes cantei, outro tanto será gosto que o P. lhe incute agora, um outro tipo de sons que também começam a saber apreciar. Mas têm musica em si e eu gostava que não perdessem isso. Gostava que o sonho deles não fosse aprender musica. Que esse, o meu sonho, fosse um mero facto nas suas vidas. Que o seu sonho não fosse ter um piano num cantinho da sala e que o piano (ou a guitarra, a bateria, o violoncelo ou outro qualquer) fosse apenas um acessório que transportarão consigo como mais um livro ou mais uma mochila.

Gostava que o sonho deles fosse maior (ou pelo menos diferente) deste. Nao porque este tenha sido um sonho menor, mas porque há tantas coisas mais com que sonhar! Este, que foi o meu sonho, gostava que fosse, na vida deles, um som.