Quando foi que os meus filhos cresceram? Dou-lhes banho e
estão tão crescidos! Olho as mãos com dedos compridos, os pés que calçam quase
tanto como eu, ouço as vozes cada vez mais seguras de si, abraço os corpos cada
vez mais largos, vejo as pernas cada vez com mais penugem, os olhos cada vez
mais abertos ao mundo… Quando foi que eles cresceram?
Ontem o j. perguntou-me se eu sabia o que são dodots. - Claro filho, é uma marca de toalhitas e
fraldas… - mas porque é que todos os
meninos da minha sala sabiam e eu não? -
Oh… sei lá! Terá tido pouco tempo para ser bebé?
Vi no domingo um menino, talvez com 5 ou 6 anos, num
carrinho, a ser empurrado pela mae. Os meus filhos mal devem ter recordação de
um carrinho. O p. e o m. tiveram de começar a andar por si só logo quando o j.
nasceu, porque era impossível andar com três carros e o j. é que era o bebé.
Tinham dois anos apenas… e o j. deixou de andar também por volta dessa idade
(ou até mais cedo) porque os irmãos eram ainda muito pequeninos e também queriam.
A solução foi que todos andassem a pé… ainda hoje, é difícil dar-lhes colo
porque são todos ainda pequenos e todos querem… o que não é fisicamente
possível. Ter-lhes-ei dado pouco tempo de bebé?
Cresceram. Crescem todos os dias, em doçura e traquinice. Em
inteligência e bom humor. Crescem todos os dias e eu já não me lembro deles tão
pequenos a ponto de me caberem numa mão. Cabem, sempre, no espaço do meu peito,
mas esse é deles, por direito. Dizia eu ao p. que eles (os 4) eram as minhas
pessoas. As mais importantes da minha vida. Perguntava-me ele: - Mas mais que tu, mamã? Somos mais importante
para ti do que tu própria? - Sim, meu
amor. mais importantes que eu! - Oh… coitadinha… não pode ser mamã! - Então também és a mais importante para mim! A
crescerem, também, em generosidade.
Na cama, com o mais pequenino, com o meu rosto afundado no
dele, a sentir, ainda, o narizito tão pequeno, as mãozinhas no meu pescoço. É o
mais petiz. O benjamim de três que são, todos eles, afinal, benjamins. Daqui a
dois anos, já do tamanho dos irmãos. Com penugem nas pernas, dedos compridos,
pés do tamanho dos meus, voz mais segura, corpo mais largo, olhos mais
curiosos.
Amarga esta alegria doce de os ver crescer!
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