quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ontem dei por mim a ler pedaços de um blogue da Rita. Que tinha 28 anos e um cancro que a matou. Escrevia bem, era interessante e com um enorme sentido de humor.
Morreu e ficaram as palavras dela. A historia de uma doença que a consumiu, mas nao venceu o seu espirito.
Li algumas palavras de dor. Mas nunca de queixume. Li que ás vezes lhe apetecia roubar a vida dos outros. dos que nao têm cancro.
O que eu a admiro, mesmo sem a conhecer. O que eu rezo, baixinho, à noite, para que tenha encontrado o seu lugar - feliz- no céu.
Nao a conheço, mas gostaria de ter sido sua amiga. Nao pelo cancro, que ODEIO, mas porque gosto de pessoas que aceitam a vida como o milagre que ela é, independentemente do tempo que por cá estão. porque me encantou a sua fragilidade e a sua força. A sua coragem e a sua vontade.
ADORO viver. É uma inevitabilidade. E, se ficasse doente (como acredito, aliás, que hei-de ficar. É outra inevitabilidade), nao seria generosa, nem bem humorada, nem intrinsecamente boa e nao queixosa. Tornar-me-ia amagra e ressentida, com pena pelo que nao viveria mais.
Mas, enquanto cá estou, livre de doenças (eu e aqueles que eu mais amo), que graça! que benção! que plenitude esta de acordar todos os dias, poder sair á rua e sentir o sol, a chuva, o quente e o frio! Que maravilha que é saber o mar e o céu e a relva. Saber o correr, o apalpar, o beijar, o sentir.
Cada vez mais, suporto menos bem más ondas... tão pouco o tempo que me resta... perdê-lo com merdices e lamentos nao é, de todo, o meu objectivo.  A vida nao é perfeita? who cares? é perfeita sim! perfeita com todas as suas imperfeições, com todas as suas dessincronias, com todas as rasteiras que nos vai pregando. Estamos cá! Melhor dar valor a isso enquanto o temos...

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